A cúpula e o anexo I do Senado Federal serão iluminados de roxo, de terça-feira (25) até a próxima segunda-feira (31), em alusão à campanha nacional Todos Contra a Hanseníase. A solicitação de iluminação especial partiu do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), responsável pela campanha, que visa a alertar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoces, informar sobre as opções terapêuticas disponíveis na rede pública e combater o preconceito em relação aos portadores desta doença.
Segundo a SBD, a hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. Ela provoca manchas pelo corpo, com diminuição local da sensibilidade à dor, ao toque, ao calor e ao frio, além de diminuição da força. É uma das enfermidades antigas mais conhecidas pela humanidade, com registro de casos há mais de 4.000 anos na China, Egito e Índia.
A entidade afirma que o Brasil concentra mais de 90% dos casos de toda a América Latina, com 30 mil pessoas infectadas pela doença todos os anos. A maior incidência está nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, responsáveis por quase 85% dos registros de todo o país.
O médico e professor de dermatologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Ciro Martins Gomes, explica que a transmissão acontece pelo ar, mas que a infecção só se dá após um contato prolongado com um paciente acometido, não sendo, nem de longe, uma contaminação tão agressiva como a da covid-19, explica. Ele salienta, ainda, que a rede pública de saúde contempla o tratamento da doença.
— Existe tratamento gratuito que oferta uma poliquimioterapia, com duração de seis a 12 meses. O primeiro passo é conhecer a doença, porque assim a pessoa pode suspeitar dos sinais e procurar um médico. Se tratada de forma rápida, dificilmente há sequela e, a partir da primeira dose do tratamento, o paciente não transmite mais a doença — detalha.
Ele destaca, contudo, que se a infecção não for tratada adequadamente, pode gerar sequelas como perda de sensibilidade na região afetada e, em casos extremos, até a necessidade de amputação de um membro.