Em pronunciamento, nesta terça-feira (15), o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o Brasil está se transformando no país da barbárie, ao comentar a violência que atinge negros, idosos e pessoas com deficiência.
De acordo com dados citados por Paim, a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado. O caso mais recente, acrescentou ele, envolve o vendedor de balas Hiago Bastos, de 21 anos, morto em Niterói (RJ), após discutir com um policial de folga.
Na opinião dele, esse cenário demonstra que esse tipo de violência é estrutural e, portanto, presente em todos os espaços.
— Nada justifica a forma como o Estado trata essas questões. Gostaríamos de não estar aqui, lamentando tantos maus-tratos, crueldades, agressões, ódios, sofrimentos, racismo. O Senado fez a sua parte, ao aprovar o PL 5231/2020, que trata da abordagem policial (veda a abordagem policial ou de seguranças privados motivada por preconceito ou discriminação de qualquer natureza). Agora, a Câmara dos Deputados precisa fazer a sua parte, lembrou.
No caso dos idosos, Paim disse que o número de chamadas pelo serviço Disque 100 subiu de 48,5 mil para cerca de 77 mil denúncias, de 2019 para 2020. Só no primeiro semestre de 2021, esse número ultrapassou 33 mil denúncias, lamentou o senador.
Já em relação à violência contra as pessoas com deficiência, Paim ressaltou que ela se manifesta pelo desrespeito aos direitos assegurados no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) a essa parcela da população, que representa 8,4% dos brasileiros com mais de dois anos.
— 68% dessa população não possui sequer o ensino fundamental completo. Tudo isso mostra a nossa realidade. Apenas 16,6% possui o ensino médio completo. 5% das pessoas com deficiência possui o ensino superior completo. É muito forte a discriminação no mercado de trabalho, no transporte, na saúde, disse.
Por fim, Paim registrou que na próxima sexta-feira (18), terá início, em Caxias do Sul (RS), a 33ª edição da Festa da Uva.