O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou que acredita na população do país para o resgate da operação Lava Jato, com a eleição, em outubro, de pessoas comprometidas com ela.
Ele lembrou que a Lava Jato foi sepultada há um ano, por decisão da Procuradoria-Geral da República. Antes disso, porém, o Supremo Tribunal Federal anulou decisões proferidas em primeira e segunda instâncias, enfraquecendo o combate à corrupção.
— Tal procedimento, vindo da suprema corte de Justiça, só faz aumentar ainda mais a percepção de que no Brasil a impunidade é garantida para os criminosos com grande poder político e econômico. E aí a gente não pode dourar a pílula. A verdade precisa ser entregue com muito amor. Os três poderes da República, inclusive o nosso, o Legislativo, mas também o Executivo e, sobretudo, o Judiciário, enfraqueceram o combate à corrupção e à impunidade no Brasil — lamentou.
Eduardo Girão lembrou, em seu pronunciamento, que a força-tarefa da Lava Jato funcionou por 6 anos, 10 meses e 17 dias. Dados citados pelo senador indicam a dimensão da operação nesse período: 195 denúncias, 244 ações penais, 560 prisões, 278 acordos de colaboração, a partir dos quais se obteve o compromisso de devolução de R$ 22 bilhões aos cofres públicos, em 20 anos.
Ele citou informação da Agência Estado que indica que o número de prisões por crime de corrupção, efetuadas pela Polícia Federal, caiu 44% nesse último ano, alcançando o menor patamar desde 2008.
Mesmo assim, Girão disse que não perdeu a esperança, nem o otimismo, "com as perspectivas de construção de uma nação que seja um dia referência mundial de justiça e moralidade".