O senador Carlos Viana (MDB-MG) disse, em pronunciamento nesta terça-feira (22), estar indignado com "uma liderança feminista da esquerda" que comemorou a decisão da suprema corte da Colômbia favorável ao aborto por mulheres com até 24 semanas de gestação.
Para Carlos Viana, o aborto, em qualquer hipótese, deve ser visto como o assassinato da criança. Mas, mesmo as pessoas que o defendem, acreditam que a prática deve ter como limite máximo 12 semanas de gestação, ou 3 meses de vida do feto, metade do tempo autorizado pela suprema corte colombiana.
— O Brasil tem 340 mil partos prematuros por ano. Destes, cerca de mil são prematuros extremos ou com menos de 26 semanas de gestação [...] De 100 prematuros com 6 meses, 75 vão sobreviver. Dos 75 que sobreviverão, 30 não terão problemas de saúde, 30 podem ter deficiências leves e 15, deficiências graves. É extremamente lamentável que se defenda que pessoas que têm 75% de chance de sobrevivência e que, mesmo numa situação extrema, chegam a ser livres de qualquer deficiência ou de qualquer problema, possam ser assassinadas com o beneplácito do Estado — disse.
Carlos Viana lembrou que atualmente o aborto é permitido no Brasil apenas quando a gestação da mulher é originária de crime anterior, quando a vida dela estiver em perigo ou em casos de anencefalia.
Ele adiantou ainda que, enquanto estiver no exercício do mandato, esse tipo de ideia não prosperará no Brasil, um país no qual 85% da população é cristã e, por isso, contrária ao aborto.
O senador recordou também que há alguns anos o Supremo Tribunal Federal quase decidiu favoravelmente ao aborto em qualquer situação, numa ação que tramitou naquela corte.
— Ultrapassando os limites e os poderes desta Casa, porque é aqui que o assunto tem de ser discutido — disse.