Promover ações solidárias para ajudar crianças, idosos e pessoas em estado de vulnerabilidade é o propósito da Liga do Bem, rede de solidariedade que nasceu no Senado Federal para que as iniciativas filantrópicas da Casa fossem reunidas. Atualmente, a ação conta com cerca de 250 voluntários de diversos setores da Casa, e 150 pessoas de fora do Senado que também têm interesse em ajudar (Amigos da Liga). Entre os vulneráveis atendidos, estão moradores de rua, mulheres que sofrem violência, ou pais que estão desempregados e não têm o que comer em casa.
As campanhas desenvolvidas são planejadas anualmente. Exemplos delas são a da Páscoa, a Natal Solidário e a Tudo para Elas, que comemora o mês da mulher, em março, e a promulgação da Lei Maria da Penha, em agosto. Há também o Brechó da Liga, que vende artigos doados em bom estado para o grupo e tem como público-alvo pessoas de menor poder aquisitivo que trabalham no Senado. A renda desse projeto custeia outras ações do grupo de voluntários. O fluxo de caixa de tudo que é realizado fica registrado em planilhas.
Durante a pandemia, foram arrecadadas doações para a distribuição de kits de higiene, cestas básicas e galões de álcool em gel. Moradores em situação de rua abrigados pela Villa Samaritana foram treinados para fazer máscaras, que foram doadas aos necessitados. As máquinas de costura para essa ação foram cedidas pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis).
Agradecimento recente à iniciativa veio na forma de voto de louvor. O senador Romário (PL–RJ) apresentou o requerimento, que também foi assinado pelo líder do partido, senador Carlos Portinho (PL–RJ). O voto reconheceu toda a mobilização e dedicação do grupo, em especial na campanha SOS Rio, que ajudou as vítimas das fortes chuvas em Petrópolis (RJ), com mais de 35 toneladas de donativos.
Romário agradeceu a iniciativa, que extrapolou em mais de mil quilômetros as fronteiras do Distrito Federal.
— Eu estou profundamente agradecido pela solidariedade da Liga do Bem. Essas 35 toneladas de donativos arrecadadas pelos colaboradores do Senado, incluindo servidores, comissionados e terceirizados, são um alento para as pessoas que perderam, além dos bens materiais, suas famílias inteiras. Essas doações irão ajudar na difícil reconstrução da vida. Como cidadão fluminense e como senador do Rio de Janeiro, meu muito obrigado, de coração.
O senador Carlos Portinho prestou sua homenagem ao grupo de voluntários no Plenário.
— Voto de louvor à Liga do Bem, em especial à Sra. Ilana Trombka, diretora do Senado Federal; à sra. Patrícia Seixas, servidora e coordenadora da Liga do Bem; às sras. Denise Graça, Nalva Felix, Evelly Alcantara, Tamilsy Helen, Isabela Macedo, Claudia Helena e aos Srs. João Marcos Bé, Ciro Nunes, Adalberto de Oliveira, Wesley Brito e Marcos Romeu, bem como a todos os servidores e servidoras do Senado Federal que compõem a Liga do Bem, inclusive à equipe de patrimônio da Gráfica do Senado.
Entre as 35 toneladas de donativos arrecadados em fevereiro deste ano pela Liga do Bem, encontram-se itens como água mineral, roupas, alimentos e artigos de higiene. Todos foram entregues às vítimas do município fluminense. A campanha foi reconhecida pela diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, como uma das mais complexas.
— Ela mostrou a capacidade de articulação da Liga do Bem e a dimensão que a vontade de ajudar do ser humano consegue tomar. Esse voto de louvor é o reconhecimento que vem agora formalmente pelo Plenário do Senado Federal, o órgão mais soberano que temos na Casa — declarou.
Patrícia Seixas, quem coordena esse grupo de voluntários desde 2015, demonstrou sua emoção e comprometimento com os resultados alcançados.
— Tudo o que fazemos diante da dor do ser humano que passa fome, sente frio, que vê sua casa sendo invadida pela água, é muito pouco. A sensibilidade é o que eu prego muito na Liga. Sempre digo que o céu brilha mais que muitas estrelas. Juntos, a gente brilha muito mais — realça.
Dona Lourdes, mulher que não tem o movimento das pernas e que não frequentou a escola por não querer ser chamada de "aleijada", teve sua história levada ao grupo de voluntários do Senado, que decidiu ajudá-la.
Eles identificaram suas necessidades e promoveram a mobilização necessária para apoiá-la. Doaram malhas e uma minimáquina de costura para que ela pudesse confeccionar tapetes de malha e panos de prato, suas habilidades. Os produtos são vendidos por ela mesma e, também, no Brechó Empoderamento, outro projeto da Liga do Bem, que vende o material de pessoas em situação de vulnerabilidade e lhes repassa toda a renda arrecadada.
— Foi através da Liga do Bem que eu saí da W3 [avenida de Brasília]. Hoje, eu não me vejo mais lá, de jeito nenhum. Mesmo com toda a dificuldade, que todo mundo tem, está dando pra eu viver. Agradeço primeiramente a Deus e depois a vocês, pessoal da Liga, que realmente conseguiram me tirar da rua — afirmou Dona Lourdes.
A ação solidária também custeou a cirurgia de catarata, doença que já lhe custou a visão de um dos olhos. Prestes a completar 59 anos, Dona Lourdes não tem mais a necessidade de voltar para a rua e está se alfabetizando com ajuda e incentivo da Liga do Bem.
São aceitas diversas doações para os trabalhos contínuos da Liga do Bem:
Materiais de limpeza e higiene
Cadernos, livros, canetas, lápis etc (em bom estado)
Tampinhas plásticas
Lacres de alumínio (das latinhas, não pode cápsula de café)
Roupas, sapatos, toalhas, colchas, utensílios, roupa de cama, mesa e banho etc. (em bom estado)
Mão de obra para confecção de araras feitas com paletes
Pias, portas, cubas, vaso sanitário (materiais aceitos caso tenha alguma casa sendo reparada no momento da doação)
Tecido 100% algodão, tecido malha fria adulto e infantil, elástico, linha, agulha para máquina de costura
Máquinas de costura, máquina de corte para os projetos que envolvem costura
Absorvente feminino
Cestas básicas ou alimentos avulsos
Para a campanha Tudo pra elas, compreendida pelo Março Mulheres, é possível doar produtos de beleza novos e habilidades (massagear, fazer escova, tirar sobrancelha, fazer unha etc).
Para que os produtos possam ser entregues na próxima ação, prevista para acontecer na Casa Flor, que atende comunidade LGBTQIA+, é preciso que estejam disponíveis até esta quinta-feira (17).