Em votação simbólica, o Senado aprovou, nesta terça-feira (22), o projeto do ex-senador Antonio Anastasia que cria o Grupo Parlamentar Brasil-Índia (PRS 57/2021). A finalidade é incentivar e desenvolver as relações bilaterais entre os dois países, estreitando e criando ligações culturais e de intercâmbio bem como de cooperação técnica com entidades nacionais e estrangeiras. A matéria vai a promulgação.
Na justificativa do projeto, Anastasia — que deixou o Senado para assumir uma cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU) — frisou que o Brasil e a Índia têm uma relação frutífera desde a independência indiana, quando em 1948 foram inauguradas as embaixadas da Índia no Brasil e do Brasil na Índia. Anastasia acrescenta que os dois países são democráticos, de vasta extensão territorial e com grande população e poderão coordenar esforços em organismos internacionais, como IBAS (Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul), BRICs e G20.
“O fortalecimento da cooperação em ciência, tecnologia e inovação com a Índia, que detém reconhecida experiência no setor, se soma às iniciativas de cooperação em áreas como agricultura, defesa, energia, espaço exterior, meio ambiente e temas sociais”, destacou, ao sublinhar a intensificação do intercâmbio comercial entre Brasil e Índia e as perspectivas de ampliação do relacionamento político e econômico entre os dois países.
Em seu relatório favorável ao PRS, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) manifestou sua certeza de que a interação entre poderes legislativos nacionais confere mais voz à sociedade em questões de relações exteriores, que não devem ser tratadas exclusivamente pelo Executivo. Ele também acredita que a criação do grupo parlamentar pode aumentar as oportunidades de cooperação entre Brasil e Índia: “A sólida parceria comercial entre os dois países, por si só, já justificaria maior interesse dos parlamentares desta Casa em estabelecer diálogo com seus homólogos naquele país”, opinou o relator.
Na discussão do projeto, o senador Esperidião Amin (PP-SC) cumprimentou Nelsinho Trad por seu relatório.
— Quanto mais as afinidades forem estimuladas, creio que melhor será não somente para a relação bilateral, mas para o mundo, num momento em que precisamos de cooperação, diálogo e, acima de tudo, compreensão das diferenças culturais, religiosas e étnicas dessas duas grandes nações — definiu.