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Detentos do Presídio de Itajubá iniciam confecção de produtos para empresa parceira
A expectativa é empregar mais de cem custodiados no projeto, além de ampliar a produção para roupas e móveis voltados ao público infantil
08/04/2022 13h00
Por: Redação Fonte: Secom Minas Gerais

Quinze detentos iniciaram a produção de bolsas de maternidade esta semana, em um galpão do Presídio de Itajubá, na região Sul do estado. Outros 20 passam por capacitação em corte, costura e bordado para, em breve, fazerem parte da equipe. Todo o material produzido será encaminhado ao centro de distribuição da empresa parceira, para atender pedidos de todo o Brasil. A meta é atingir a fabricação diária de 350 bolsas. E os planos vão além: a expectativa é a de que o projeto empregue mais de cem custodiados e inclua a confecção de roupas e móveis para o público infantil.

As tratativas tiveram início em dezembro de 2021, quando a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) , por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) , e a empresa Grão de Gente assinaram um termo de compromisso. Em março deste ano, a parceira reformou e adaptou o galpão que está sendo utilizado, com recursos próprios. Todo maquinário instalado pertence à empresa: máquinas de costura industrial, bordadeira industrial e outras utilizadas no processo de produção. Pelo trabalho, os detentos recebem ¾ do salário mínimo e, a cada três dias trabalhados, diminuem a pena em um dia.

Para o diretor de Atendimento do Presídio de Itajubá, Adão Almeida, projetos como esse fortalecem a ressocialização dos custodiados. “Eles aprendem uma profissão, despertando assim um senso de responsabilidade e novas perspectivas de futuro”, observa.

Equipe

Crédito: Sejusp / Divulgação

Com experiência de dois anos na produção de uniformes para o sistema prisional, que também ocorre dentro do Presídio de Itajubá, e uma capacitação de corte e costura durante o cumprimento da pena, Jurandir Marcelino, de 35 anos, conquistou uma vaga na linha de produção.

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Os estudos também ganharam um reforço. Ele, que parou de ir às aulas com 14 anos, no ensino fundamental, agora completa o ensino médio dentro do sistema prisional e ainda ambiciona uma faculdade. As aspirações são inspiradas em sua família. “Mesmo cumprindo pena há mais de dez anos, não vou desistir de viver, tenho esposa, mãe e filha. Preciso usar este tempo para me aperfeiçoar cada dia mais, me preparando para quando terminar a minha sentença. O mercado de trabalho não é fácil para um trabalhador comum, imagina para um ex-detento”, conclui Jurandir. 

Leonardo Gonçalves, de 32 anos, também dividia a linha de produção de uniformes do sistema prisional com Jurandir. Agora, segue com o colega para o projeto de produção de bolsas de maternidade. Antes de entrar para o sistema, Leonardo desconhecia o ramo de corte e costura. Já trabalhou com manutenção de fios de alta tensão e em obras, atuando como servente e pedreiro. Entretanto, ele conta que de tudo que já fez, se identificou mais com o ofício da produção de bolsas. “É muito bom fazer o serviço que a gente gosta. Tendo vontade, se dedicando, temos orgulho quando termina”, destaca. 

Empresa parceira

Luciana Santana,headde Parcerias Estratégicas e Responsabilidade Social da Grão de Gente, conta que a ideia veio após um contato prévio com o sistema prisional, quando a empresa reformou berçários de duas unidades, uma em João Pessoa, na Paraíba, e outra em Cariacica, Espírito Santo, por meio do projeto Maternar Lactantes Presas. “Observamos a importância de olhar para as pessoas que estão no sistema prisional”, conta. 

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Para os negócios a aliança também gerará bons frutos. Com a estrutura montada no Presídio de Itajubá, a empresa irá dobrar a produção de bolsas. “Este é um projeto piloto. Queremos que cresça ainda mais na Penitenciária de Itajubá, para que possamos levar para outras unidades prisionais do Sul de Minas”.