O senador Paulo Paim (PT-RS) voltou a insistir, em pronunciamento nesta terça-feira (26), que o País precisa retomar a política nacional de valorização do salário mínimo. Preocupado com a alta constante nos preços dos combustíveis, o senador alertou que isso tem afetado diretamente os custos dos alimentos, gerando aumento da inflação, atingindo, por consequência, principalmente o custo de vida da população menos favorecida.
— O aumento no preço do diesel acendeu o alerta dos agricultores. O impacto nos custos pode chegar a 93%. A escalada nos preços atinge também todos os insumos da cadeia produtiva. O efeito dominó se estende naturalmente para a cidade. Os alimentos estão caríssimos. O aluguel não foge a esta escalada. Voltando aos alimentos, em março, o aumento do preço da cenoura foi de 46%; o do tomate, de 16%; o da batata, de 12%. São apenas alguns exemplos — declarou.
Paim informou que com base nos dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), calcula-se um crescimento de 13% da inflação prevista para os alimentos este ano. O senador alertou também para o acúmulo na perda de renda que atinge mais de 33 milhões de brasileiros. Os mais prejudicados, voltou a frisar, são os trabalhadores “com baixa escolaridade e que trabalham na informalidade e que recebem, no máximo, um salário mínimo. ”
— Infelizmente, disse, acabou a política nacional de valorização do salário mínimo, que era inflação mais PIB. É preciso retomá-la. Apresentei projeto neste sentido. Quando da sua vigência, o salário mínimo chegou a US$ 350; hoje é de US$ 250. O salário mínimo não terá aumento real em 2023. Será o quarto ano seguido — afirmou.