Diante dos bloqueios de rodovias promovidos por caminhoneiros e grupos inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro na disputa presidencial, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, manifestou “expresso reconhecimento do resultado das eleições no Brasil, de forma plena, absoluta e insuscetível a quaisquer questionamentos”.
“Agora, precisamos de pacificação e união em busca do desenvolvimento, que passa necessariamente pela valorosa categoria dos caminhoneiros brasileiros”, disse Pacheco nas redes sociais.
Nas primeiras horas desta terça-feira (1º), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria e ratificaram a decisão de Alexandre de Moraes que determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF), nessa segunda-feira (31), o imediato desbloqueio das rodovias afetadas.
Moraes estipulou multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento, a ser aplicada diretamente ao diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, caso não a ordem não seja cumprida. O ministro também previu prisão em flagrante e afastamento por desobediência se a determinação não for acatada pelo diretor.
Algumas rodovias já foram liberadas, mas na manhã desta terça-feira ainda havia manifestações em 22 estados e no Distrito Federal. A PRF informou que já foram liberados 192 pontos de bloqueio.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) publicou nas redes sociais um vídeo enviado por um caminhoneiro na estrada nos Campos Gerais, perto de Ponta Grossa, no Paraná.
“Publicamos para convocar autoridades do Executivo à responsabilidade. Não há razão para esse protesto, e a população não pode ser prejudicada”, disse Alvaro.
Segundo o senador, o deputado Nereu Crispim (PSD-RS), líder da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros Autônomos, afirmou que o grupo não tem relação com os atos que estão bloqueando estradas por todo o país.
Para Randolfe Rodrigues (Rede-AP), fechar estradas não atrapalha o presidente eleito Lula e os partidos que estão com ele, mas prejudica o país e o povo, inclusive os que votaram em Bolsonaro. Ele criticou a PRF, que promoveu operações de fiscalização de veículos que levavam eleitores no dia da eleição, mas não impediu os bloqueios de estradas.
“Queremos acreditar que ainda há governo neste país e que as providências serão tomadas! Para descumprir uma decisão judicial que garantia o voto, não houve problema. Agora, para liberar as vias de bloqueios que dificultam a vida do povo em todo o Brasil, tem que acionar a Justiça. A PRF não pode ser uma instituição que promove o crime!”, afirmou o senador.