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Comissão discute acolhimento de refugiados afegãos no Brasil
A Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados (CMMIR) faz na quinta-feira (3), a partir das 10h, uma reunião remota em qu...
01/11/2022 12h45
Por: Redação Fonte: Agência Senado
O presidente da comissão mista sobre refugiados, deputado Túlio Gadelha, e o vice, senador Paulo Paim - Jefferson Rudy/Agência Senado

A Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados (CMMIR) faz na quinta-feira (3), a partir das 10h, uma reunião remota em que ouvirá representantes do poder público sobre as políticas de acolhimento de refugiados afegãos no Brasil. Isso porque a grave crise humanitária que se abate sobre o país asiático provocou um novo fluxo migratório de afegãos para diversas partes do mundo, inclusive o Brasil, que também tem recebido muitos refugiados.

A reunião deverá contar com representantes dos Ministérios da Justiça e da Cidadania, representando o governo federal; da Secretaria de Desenvolvimento Social do governo estadual paulista; e da Secretaria de Assistência Social de Guarulhos (SP), já que centenas de afegãos encontram-se em condições precárias, há várias semanas, no aeroporto internacional da cidade. Também é prevista a presença de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). 

Situação crítica

O plano de trabalho da comissão lembra que há quatro décadas o Afeganistão sofre com conflitos armados, violações de direitos humanos e pobreza, o que provocou o deslocamento da população em larga escala. Estima-se que 6 milhões de pessoas já saíram do país, a maioria seguindo para Irã e Paquistão. Em agosto de 2021, com a saída das tropas dos Estados Unidos e a volta do Taleban ao poder, uma nova onda de refugiados ocorreu.

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Desde janeiro de 2022, mais de 400 afegãos entraram no Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos. Apenas em agosto, foram 153 pessoas, muitas vezes sem dinheiro e sem condições de deslocamento, moradia, alimentação e trabalho. Por causa dessa situação, os Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores editaram uma portaria tratando de concessão de visto temporário e autorização para residência, visando a uma acolhida humanitária aos afegãos. Mas a CMMIR observa que a implementação da portaria enfrenta obstáculos, pois desde o início há informações de exigências indevidas aos afegãos — como plano de saúde ou dinheiro para pagar curso de português, ou a revalidação de diplomas — para que o visto seja concedido.

A comissão também tem manifestado preocupação com as muitas famílias afegãs que têm ficado dias acampadas no Aeroporto de Guarulhos em situação vulnerável, com a presença de mulheres, crianças e idosos de até 100 anos. Entre os principais problemas, estão a dificuldade em deslocar os afegãos aos centros de acolhimento no estado de São Paulo, o sucateamento do Posto Avançado de Atendimento Humanizado aos Migrantes e o fechamento do serviço 24 horas anteriormente oferecido.

Além da audiência pública, a CMMIR também planeja fazer visitas técnicas ao Aeroporto de Guarulhos e a centros de acolhida de prefeituras e do governo estadual paulista. O objetivo é federalizar o debate de acolhimento dos afegãos e incrementar o orçamento da União com esse objetivo.

Como participar

O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e?Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e?Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.

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