Com 45 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção, o Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (22) a indicação (MSF 76/2021) do diplomata Fernando José Marroni de Abreu para a chefia da embaixada brasileira na Tunísia. O indicado é atualmente representante do Brasil na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e órgãos correlatos, como o Programa Mundial de Alimentos.
Natural de São Borja (RS), Fernando Marroni nasceu em 1957. É formado em engenharia química, ciências econômicas e relações internacionais, e é mestre em relações internacionais.
Desde que Iniciou a carreira diplomática, em 1982, Marroni ocupou vários cargos no Ministério de Relações Exteriores e serviu em embaixadas na Jordânia, Espanha, Itália, França e Cuba, além de participar da Empresa Brasileira de Administração Aeroportuária (Infraero), da Subsecretaria-Geral de Planejamento Político e Econômico e do Ministério Extraordinário de Política Fundiária, entre outros cargos.
O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da República da Tunísia, em 1956. No mesmo ano, foi aberto o consulado brasileiro em Túnis e, em 1961, foi criada a embaixada. Desativada temporariamente em 1999 em razão de cortes orçamentários, a missão diplomática foi reaberta em 2001.
Após a revolução tunisiana (“Revolução de Jasmim”) de janeiro de 2011, o país busca maior inserção internacional e as relações bilaterais com o Brasil foram intensificadas. Em 2016 foi assinado um acordo entre o Mercosul e a Tunísia. No campo comercial, as relações Brasil-Tunísia eram centradas na importação de fosfatos e na exportação de açúcar, porém o cenário hoje é outro, passando o Brasil a exportar mais soja que açúcar e a importar fertilizantes, azeite de oliva e frutas como tâmaras e figos.
A cooperação técnica bilateral com a Tunísia está amparada pelo Acordo de Cooperação Técnica, vigente desde 2002. Desde o lançamento, em 2016, do primeiro projeto bilateral, no domínio do eucalipto, a Tunísia tem demonstrado interesse por ampliar e diversificar a cooperação com o Brasil. Entre as áreas de maior interesse estão o fortalecimento institucional da Agência Tunisiana de Cooperação Técnica e do Centro de Promoções das Exportações da Tunísia (Cepex); promoção do artesanato; valorização socioeconômica da pesca e frutos do mar; transporte e logística e desenvolvimento social.
A mensagem de indicação recebeu na Comissão de Relações Exteriores (CRE) parecer favorável do relator, senador Ogari Pacheco (União-TO). Submetido a sabatina nesta terça-feira, Marroni prometeu aos membros da CRE dar prioridade ao fechamento do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Tunísia, que já vem sendo negociado há anos. O diplomata ainda destacou o fato de o Brasil ter, historicamente, superávits no comércio bilateral com a Tunísia. Os dados mais recentes, de 2020, revelam que o fluxo comercial chegou a US$ 277 milhões, com superávit para o Brasil de US$ 192 milhões. O Brasil já exporta principalmente soja, açúcares e melaços.