O Senado entrega na próxima quarta-feira (8), durante as atividades do Dia Internacional da Mulher, o Diploma Bertha Lutz. A premiação vai para sete mulheres que deram contribuição relevante à defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil. A sessão de condecoração está marcada para as 9h, no Plenário da Casa.
Os nomes foram indicados pela bancada feminina no Senado. As agraciadas deste ano são Ilona Szabó de Carvalho, Ilana Trombka, Nilza Valéria Zacarias, Rosa Weber, Rosângela Silva, Clara Filipa Camarão e Glória Maria.
Ilona Szabó de Carvalho é cientista política e especialista em segurança pública e política de drogas. Ela é diretora-executiva do Instituto Igarapé, que promove pesquisas, debates e soluções em questões emergentes de segurança e desenvolvimento. Ilona é autora do livro Drogas: as histórias que não te contaram.
Ilana Trombka é diretora-geral do Senado. Mestre em comunicação social, tem especialização em direito legislativo e graduação em relações públicas. Foi idealizadora do programa que reserva 2% das vagas terceirizadas na Casa para mulheres em situação de vulnerabilidade e violência. Na gestão dela, o Senado foi a primeira instituição pública a criar um Plano de Equidade de Gênero e Raça.
Nilza Valéria Zacarias é jornalista e uma das coordenadoras da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. O movimento, nascido no meio cristão evangélico, tem como objetivos promover a justiça social e os direitos garantidos pela Constituição, além de enfrentar violações aos direitos humanos e ataques ao pleno exercício da democracia.
A ministra Rosa Weber é presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi professora na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2011, assumiu a vaga deixada pela ministra Ellen Gracie no STF.
A socióloga Rosângela Silva, conhecida como Janja, é esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela tem especialização em história e pós-graduação em gestão social e sustentabilidade. Ingressou na hidrelétrica Itaipu em 2005, onde coordenou programas voltados ao desenvolvimento sustentável. Foi assessora de comunicação e relações institucionais da Eletrobras entre 2012 e 2016.
Na edição deste ano, o Diploma Bertha Lutz presta homenagem in memoriam a duas brasileiras. Clara Filipa Camarão foi uma indígena da etnia potiguara que liderou um grupo de mulheres contra as invasões holandesas no século XVII, em Pernambuco. O nome dela está inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em Brasília.
A repórter Glória Maria é considerada um ícone do jornalismo brasileiro. Atuou na TV Globo desde a década de 1970 e se tornou reconhecida pelas reportagens especiais. Ela cobriu a Guerra das Malvinas e entrevistou celebridades como Freddie Mercury, Madonna e Michael Jackson. Glória morreu em dezembro de 2022, vítima de câncer.
A bióloga e advogada paulista Bertha Maria Julia Lutz foi uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX. Aprovada em concurso para pesquisadora e professora do Museu Nacional em 1919, tornou-se a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no Brasil.
Teve contato com o movimento feminista ao estudar na Europa. No retorno ao Brasil, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Uma das principais bandeiras levantadas por Bertha Lutz na época era garantir às mulheres o direito de votar e de ser votada. Isso só ocorreu em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte.
Bertha Lutz foi eleita suplente para a Câmara dos Deputados em 1934. Em 1936 assumiu o mandato de deputada, que durou pouco mais de um ano. Ela faleceu em 1976, no Rio de Janeiro.