Geral S. Geraldo do Baixio
GEOTRON ESBULHA TERRA PARA OPERAR ILEGALMENTE
Não bastassem todos os crimes cometidos reiteradas vezes pela Geotron, objeto inclusive de várias condenações, nossa reportagem tomou conhecimento de que a essa empresa, que insiste em práticas criminosas, tem operado em uma terra que não lhe pertencem, cujo contrato venceu em 2021.
06/10/2023 14h33
Por: Redação Fonte: Revista Cidades de Minas

ENTENDA O CASO:

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Humberto Rizzo de Andrade é o possuidor de uma terra localizada no Município de São Geraldo do Baixio, Minas Gerais, com vocação para a exploração de granito de altíssima qualidade. Ele detém o solo e o subsolo, o Direito Minerário e da Terra. Há 10 anos e meio atrás, ele resolveu firmar uma parceria arrendando suas terras e o Direito Minerário com o Sr. Guilherme Rodrigues Machado, diretor do grupo GSM. Guilherme é filho do Sr. Geraldo Machado.

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Após alguns anos, o Gustavo Lourenço Marques, proprietário da GEOTRON, casou-se com a irmã de Geraldo Machado, tia de Guilherme. Gustavo, pela proximidade e o grau parentesco, resolveu inserir Gustavo no mercado de pedreiras, isso para ajudá-lo, já que ele entrara na família. De imediato, passou o arrendamento do Direito Minerário, o contrato de terra para Gustavo assumir.

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Anos depois, Gustavo separou-se de sua esposa e resolveu “tocar carreira solo”. E ai começam as práticas criminosas, conforme relatos em matéria anterior deste portal.

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“Eu iniciei minha parceria com o Guilherme e o Geraldo porque são pessoas idôneas, sérias, de excelente reputação, de nome. Neles eu confiava a minha vida”, relata Humberto Rizzo.

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Mesmo com o fim do casamento e o rompimento da parceria entre Gustavo e a família Machado, Humberto resolveu confiar em Gustavo e a exploração da terra continuou.

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Mas a história muda em pouco tempo. As práticas delituosas começam a acontecer, a pedreira passa a ser visitada permanentemente por órgãos de fiscalização e os processos começam a aparecer contra a Geotron. Processos, condenações, multas e a perda completa da credibilidade no mercado.

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“Na realidade eu desconfiava do Gustavo da Geotron desde o início, porque não havia transparência na parceria, mas por ter ligação com o Guilherme e o Geraldo, eu preferi seguir em frente. Confesso que nunca tive aquela confiança que a gente precisa ter quando estabelece uma parceria. Sua esposa, irmã de Geraldo era a sua sócia. Quando ela vendeu sua parte na Geotron, ai eu fique preocupado porque não teria mais participação da família do Geraldo e do Guilherme no negócio, mesmo que indiretamente a. Disse para a minha família: agora o negócio vai desandar”, explica Humberto.

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Foi o que aconteceu!

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Geotron e seu sócio Gustavo Lourenço Marques passaram a cometer continuados (“delictum continuatum”) entre eles:

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1: Roubo do Direito Minerário mediante DISSIMULAÇÃO.

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2: Extrair água subterrânea sem a devida outorga ou em desconformidade com a mesma.

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3: Desviar totalmente ou manter desvio total de cursos de água sem a devida outorga ou em desconformidade com a mesma. Multa: R$ 10.302,72 (dez mil trezentos e dois reais e setenta e dois centavos).

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4: Funcionar sem autorização ambiental de funcionamento atividade de obras de infraestruturas (pátio de resíduos, produtos e oficina), listada na Deliberação Normativa COPAM 74/2004 sob o código A-05-02-9, sendo constada degradação ambiental.

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5: Funcionar sem autorização ambiental de funcionamento atividade de pilha de rejeito/estéril de rochas ornamentais e de revestimentos, listada na Deliberação Normativa COPAM 74/2004 sob o código A-05-04-6, sendo constada degradação ambiental.

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6: Descumprir condicionante n° 04 da Licença Ambiental Simplificada, por não manter arquivado no empreendimento cópias impressas no empreendimento.

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7: Desrespeito de embargo expresso no Auto de Fiscalização 120534/2020.

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8: Por queimar resíduos sólidos a céu aberto.

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9: Desviar totalmente curso d’água sem a devida outorga.

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10: Por captar água subterrânea sem a devida regularização. Multa: R$ 630.935,33

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11: Funcionar sem autorização ambiental de funcionamento atividade estrada de estéril, listada na Deliberação Normativa COPAM 74/2004 sob o código A-05-3. Multa 37.387.85 (Trinta e sete mil reais, trezentos e oitenta e sete reais e oitenta cinco centavos).

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12: Descumprir condicionante n° 04 da Licença Ambiental Simplificada, por não manter arquivado no empreendimento cópias impressas no empreendimento.

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13: Execução por Sonegação  Fiscal por subfaturamento de blocos. Comarca de Galileia/MG. Multa R$ 8.689.755,26

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“Ao tomar conhecimento de todos esses crimes que eu tenho certeza são hediondos, porque agridem e ferem o meio ambiente, notifiquei essa empresa de que não queria mais continuar arrendando minhas terras e o meu Direito Minerário para eles. Eu não ia permitir que se usasse uma terra que me pertence para cometer crimes”, desabafa Rizzo.

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Há um ano e meio, venceu o contrato de arrendamento do Direito Minerário e da Terra, sendo o solo e subsolo pertencentes ao Humberto Rizzo. Sim, há um ano e meio a Geotron trabalha com um contrato de arrendamento vencido. São crimes reiterados. Uma psicopatia voraz para o cometimento de tantos crimes.

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De lá para cá, não se sabe como, a Geotron conseguiu uma “liminar”, pasmem, no Espírito Santo (a terra se localiza em Minas Gerais, em São Geraldo do Baixo, cuja Comarca é Galileia) para continuar operando em “terra alheia”, sim, pois a terra não lhe pertence.

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A reportagem conversou com um ex-funcionário de confiança da Geotron que não quis se identificar, por medo de retaliação. Este fez uma série de denúncias sobre a empresa e que, se comprovadas, corroboram o motivo pelo qual, essa empresa conseguiu uma “liminar” no Espírito Santo, para operar em uma terra, onde a mesma não possui contrato.

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“O pai do Gustavo é desembargador aposentado. Eles têm muito poder naquele estado. Todos os problemas que eles possuem, todos os crimes que cometem eles abafam na Justiça, porque o pai é forte naquele meio. Essas denúncias e essas condenações que eles têm aqui em Minas Gerais é apenas a ponta do iceberg, diante do volume de crimes que eles cometem em outros setores. Só que porque tem “costas largas”, continuam praticando crimes, porque tem a certeza da impunidade”, explica o ex-funcionário.

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Humberto Rizzo afirmou à reportagem que conseguiu, com muito custo, transferir o processo de rescisão do contrato de arrendamento para Minas Gerais, na Comarca de Galileia e espera que finalmente a Justiça aconteça.

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“Tenho filhos, tenho família e os prejuízos que tenho são incalculáveis. Essa empresa virou um câncer na minha vida, um câncer para a sociedade. Comprometeram a as despesas que tenho o compromisso de arcar com a minha família, comprometeram meus projetos para o futuro. São frios, calculistas, criminosos, conforme todas as provas e condenações que a Justiça já determinou. O que eu quero? Quero Justiça! Quero que eles devolvam o meu Direito Minerário, quero que paguem pelos crimes que cometeram, quero que eles desocupem das minhas terras, quero voltar a ter uma vida de paz, uma vida de tranquilidade. São praticamente 12 anos que vivo numa situação de dúvidas, de incertezas, de insegurança. Com a transferência do processo para Minas Gerais, agora sim, eu acredito que a Justiça vai prevalecer. Deus é fiel”, declara Humberto.

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A reportagem tentou mais uma vez contato com a diretoria da Geotron, mas eles se negaram a participar desta reportagem.