Beneficiários do programa Bolsa Família podem passar a fazer parte dos grupos prioritários de vacinação contra a covid-19. É o que prevê o PL 1.990/2021, em análise no Senado A intenção é proteger do coronavírus a parte da população mais afetada pela pandemia: tanto pela doença, à qual está mais exposta, quanto pelos efeitos econômicos da crise sanitária. Além disso, a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS) afeta o tratamento médico aos mais pobres, observa a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), autora do projeto.
Ao apresentar a proposta, Eliziane Gama citou o relatório O Vírus da Desigualdade, lançado pela Oxfam Brasil, organização de combate à desigualdade social. Segundo a senadora, o documento mostra que as pessoas mais ricas recuperam em tempo muito menor as perdas econômicas oriundas da proliferação do coronavírus, enquanto os mais pobres terão que esperar mais de uma década para isso.
Ela também citou o número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, que aumentou durante a pandemia. “De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a partir de janeiro de 2021, 12,8% dos brasileiros e brasileiras passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês, isto é, R$ 8,20 ao dia”, lamentou.
Eliziane Gama observou ainda que as famílias mais pobres dependem unicamente do sistema público de saúde e, por isso, é mais afetada pelos problemas do SUS. Além disso, essas pessoas também estão mais expostas à contaminação do vírus, devido à falta de acesso à informação e à infraestrutura de saúde.
O projeto, apresentado em maio, ainda não tem relator definido.
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