Museu é lugar de horta? É sim, ainda mais se o espaço cultural tem uma ampla área aberta com 10 mil metros quadrados de área verde, onde estão plantadas dezenas de milhares de mudas de 73 espécies nativas brasileiras. O Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, vai ganhar, neste domingo (24) uma horta/jardim sensorial.
Inaugurado no dia 9 deste mês, o espaço servirá para o cultivo de vários tipos de ervas e para a realização de experiências e atividades educativas, como a oficina de arte e ecologia para crianças, que será aberta às 10h.
Segundo a curadora e diretora do Museu do Pontal, Angela Mascelani, a horta do Museu do Pontal faz parte de um sonho que reúne arte e natureza. “Sonho que nos leva a entender a arte e a natureza como dimensões que favorecem o afeto e a consciência. E que nos fez plantar mais de 70 espécies nativas e muitas frutíferas em nossos jardins. Além disso, cultivar e plantar está na origem do trabalho de muitos artistas com obras no acervo, que vivem em áreas rurais e se desdobram na escultura e na agricultura", disse a antropóloga.
Na horta, localizada na parte leste do jardim do museu, ervas curativas, aromáticas e temperos, como alecrim, manjericão, hortelã, boldo, carqueja, erva cidreira, funcho, orégano e tomilho, serão cultivados em canteiros no formato de mandala. O objetivo do museu é sensibilizar o público para a importância do cultivar e do plantar para a riqueza da natureza e da diversidade em todos os seus aspectos. Outra meta é valorizar o uso de tais produtos na culinária tradicional brasileira, ajudando as crianças a entender de onde vem aquele chazinho que podem tomar em casa.
O diretor executivo do museu, Lucas Van de Beuque, explicou que, ao instalar a horta em um museu de arte, a intenção foi unir várias camadas de experiências. “A ideia é valorizar o aprendizado pela poética. E conectar o espaço que habitamos com a arte e a terra, oferecendo às crianças e aos adolescentes de áreas urbanas uma experiência direta com a produção de alimentos e seu processo: preparar a terra, selecionar sementes, plantar, regar, cuidar e colher."
Junto com a inauguração da horta, o Museu do Pontal preparou uma programação infantil. A Oficina de Arte e Ecologia- Experiência Sensorial Agente Húmus tem faixa etária livre e inscrições gratuitas, que podem ser feitas na bilheteria do museu. Na oficina, as crianças terão oportunidade de botar a mão na terra, viver a natureza fértil e de imaginar uma compostagem de seu modo de estar no mundo.
As crianças vão se divertir também com integrantes do grupo de pesquisa GAE Arte: Ecologias e a palhaça Melocoton, a Joana Amora, que vão propor brincadeiras com todos os sentidos do corpo e os materiais naturais.
Neste sábado (23), a programação começa às 10h30 e vai até as 16h30, com a visita musicada pela arte e cultura popular brasileira, com os arte-educadores Beatriz Bessa e Pedro Cavalcante. A faixa etária também é livre. A atividade tem, além da música, teatro de bonecos, cordel, e contação de histórias.
Durante a visita, os participantes serão estimulados a refletir sobre a diversidade cultural brasileira, as relações entre o mundo do campo e o das grandes cidades, os processos migratórios, as diferentes profissões, as práticas sociais, as relações familiares, as festividades, a espiritualidade e, ainda, sobre questões próprias ao universo das artes plásticas, os processos criativos dos artistas e os materiais que utilizam para fazer suas esculturas, informaram os organizadores.
Às 14h, na Oficina Fazer Brinquedos com o artista Getúlio Damado, crianças a partir de 8 anos poderão aprender a fazer esculturas populares de bonecos e pássaros, entre outros, usando diversos tipos de sucata como plástico, papel, madeira, eletrônicos e metal.
Às 15h, haverá ter o Baú de Brinquedos Populares, para todas as idades. O público infantil brincará com ioiôs, bilboquês, petecas, piões, fantoches, elásticos e cordas para pular, giz para riscar amarelinha e bambolês.
Às 15h30, começa o Espetáculo Solo Protocolo, com Ricardo Gadelha, o palhaço Gadelha, também para todas as idades. O espetáculo, que junta teatro, palhaçaria, malabares, perna-de-pau e comédia visual, foi criado a partir de improvisações realizadas no espaço público, em contato direto com a plateia.
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