O Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense (UFF) comemora, a partir de amanhã (8), os 200 anos do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), autor de obras clássicas da literatura mundial, como Crime e Castigo, O Idiota, Os Demônios, e Os Irmãos Karamázov, entre outras.
Com o projeto 200 Dostoiévski, a UFF reunirá, até o próximo dia 12, artistas e pesquisadores que trabalham temáticas pertinentes à obra do autor russo, em lives e vídeos gravados no seu canal do YouTube. Dentre os convidados, os atores Matheus Nachtergaele, Bel Kutner e Celso Frateschi apresentarão performances, leituras dramatizadas e exercícios artísticos inspirados na escrita dostoievskiana.
O superintendente do Centro de Artes UFF, professor Leonardo Guelman, assina a direção curatorial do projeto. O evento conta com a participação de representantes diplomáticos russos, que abordarão aspectos históricos e culturais da terra natal do escritor.
A conferência de abertura do evento será proferida pelo tradutor, crítico literário e professor da UFF, Paulo Bezerra, com o tema "20 anos com Dostoiévski". Tradutor de mais de 50 obras do russo para o português, Bezerra vai falar sobre sua experiência de duas décadas como intérprete da literatura e profundo conhecedor das narrativas e personagens do escritor russo. A programação principal inclui apresentações musicais, círculos de diálogos sobre o autor e exposição virtual.
O reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega lembrou o alcance da obra de Dostoiévski. “No marco de seus duzentos anos, reveste-se de grande relevância no quadro da pesquisa e da internacionalização da universidade, ao enfocar o caráter transversal da obra do autor russo, conjugando as ciências sociais, a economia e a psicologia, dentre outras áreas, sob a lente da arte, no seu poder sempre atual de revelar as contradições da realidade e os dilemas do humano”, disse.
Nascido em Moscou em 11 de novembro de 1821, Fiódor Dostoiévski cursou a Escola de Engenharia Militar em 1837, em São Petersburgo, cidade em que viveu até a sua morte, em 1881. Em 1846, publicou “Gente Pobre”, sua primeira novela, “O Duplo” e “Noites Brancas” (1847).
Após ser condenado à morte por integrar um grupo revolucionário, teve, à última hora, a pena comutada para prisão na Sibéria, onde ficou por dez anos em regime de trabalhos forçados. Foi anistiado em 1859 e retornou a São Petersburgo, onde narrou suas duras experiências em “Memórias da Casa Morta” (1862) e, depois, em “Memórias do Subsolo” (1864). Essas obras antecederam suas grandes criações, reconhecidas mundialmente.
A programação completa do evento pode ser acessada no site. As atividades do projeto 200 Dostoiévski serão transmitidas pelo canal do Centro de Artes UFF.
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