Quatro governadores debateram hoje (9) a realidade das agendas climáticas e de desenvolvimento econômico verde no Brasil. Eles destacaram os desafios e as oportunidades para parcerias no desenvolvimento verde e no financiamento climático que possam acelerar a transição rumo à neutralidade de carbono no país.
Eles participaram do evento Governadores pelo Clima, no Pavilhão Euroclima da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26). Os quatro integram um movimento que atua de forma independente, em relação ao governo federal.
Da reunião de hoje participaram os governadores do Pará, Hélder Barbalho (MDB); do Piauí, Wellington Dias (PT); de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); e de Santa Catarina, Carlos Moisés (sem partido).
Hélder Barbalho disse que todos os integrantes do Governadores pelo Clima, que instituiu o Consórcio Brasil Verde com o objetivo de auxiliar os estados na busca por recursos internacionais, atuam em defesa de uma causa: construir soluções sustentáveis para o equilíbrio climático e para a geração de um "novo modelo de desenvolvimento" que permita a compatibilização entre pessoas e floresta.
“Quero reafirmar o compromisso dos estados da Amazônia para com essa agenda e construir caminhos que harmonizem o maior ativo de floresta tropical do mundo com cerca de 25 milhões de pessoas que nele habitam. A solução é fazer com que a floresta em pé se transforme em vocação econômica; em um novo ativo e em uma nova commodity global, para que ela possa se consorciar a vocações já estruturadas que sustentam a economia de nossa região”, disse.
Ele lembrou que a bioeconomia gerada a partir de fármacos e cosméticos, bem como as ações agroflorestais, ajudam pequenos produtores da agricultura familiar a manterem suas raízes no campo, e a atuarem na fiscalização contra os desmatamentos ilegais.
O governador do Piauí, Wellington Dias, disse que o Consórcio Brasil Verde deve, em breve, aumentar para 25 o número de estados integrantes – atualmente, o grupo é composto de 24 governadores. “Vamos vencer barreiras, com governadores de diferentes partidos e regiões, que vivem diferentes problemas. Isso dará segurança e estabilidade a uma política de longo prazo”, argumentou.
Dias acrescentou que o Piauí é considerado o “estado das energias limpas”, devido à crescente geração de energia obtida a partir de fontes eólica e solar. “Estamos com a perspectiva de chegarmos a [aumentar] 12 vezes nosso consumo de energia limpa”, disse.
Paulo Câmara, de Pernambuco, reafirmou os compromissos do estado com metas e com um futuro de carbono zero. “Ocorreram retrocessos no país, mas temos responsabilidade para garantir o que é necessário para o futuro. A questão climática tem de estar na pauta do governo. Com a unidade dos estados brasileiros poderemos avançar para onde queremos, colaborando e reafirmando compromissos”, disse.
Já o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, disse que a companhia estadual de eletrificação está criando um corredor para abastecimento de veículos elétricos. “Dessa forma, vamos diminuir o uso de veículos com combustível fóssil”, disse. Segundo Moisés, as usinas térmicas do estado estão em fase de transição para adotar o uso de gás natural para a geração de energia.
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