O Grupo Parlamentar Brasil-Emirados Árabes Unidos, que até o momento conta com a participação de 27 senadores, foi instalado nesta terça-feira (30). O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi eleito para o cargo de presidente e a senadora Soraya Thronicke (PSL/MS), para a vice-presidência. O grupo também aprovou o estatuto que servirá de base para a condução dos trabalhos do colegiado.
Ainda foram eleitos para a Comissão Diretora os senadores Antonio Anastasia (PSD-MG), como segundo vice-presidente; Eduardo Girão (Podemos-CE), como primeiro-secretário; Irajá (PSD-TO), como segundo-secretário; Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), como terceiro-secretário e Jayme Campos (DEM-MT), como quarto-secretário.
A ideia para a criação da comissão executiva partiu do projeto de resolução (PRS 15/2021) apresentado por Marcos do Val. Durante a instalação do grupo, o presidente avaliou que os trabalhos vão auxiliar na ampliação das relações comerciais e no estabelecimento de uma pauta legislativa que desburocratize os negócios e aumente a competitividade do Brasil.
Ele ainda destacou que, além da capacidade de investimentos, Emirados Árabes são considerados entreposto comercial e porta de entrada para empresas brasileiras nas nações do Golfo Pérsico e do Oriente Médio. Segundo Marcos do Val, o Brasil representa atualmente 60% das importações da América Latina pelos Emirados Árabes além do que cerca de 30 empresas brasileiras possuem um escritório naquele país. Ele ainda registrou que, desde 2008, os Emirados Árabes passaram a ser o segundo parceiro do Brasil no Oriente Médio, atrás apenas da Arábia Saudita.
— Cumpre assinalar que as economias dos dois países possuem alto grau de complementaridade, havendo diversos eixos de sinergia potencial nos setores comercial e de investimentos ainda inexplorados ou parcialmente aproveitados, como o setor de defesa e ciência e tecnologia.
Soraya Thronicke disse que o intercâmbio será fundamental para a busca de soluções em questões ainda desafiadoras para o Brasil. Ela citou como exemplo e inspiração o desenvolvimento econômico de Dubai, cidade dos Emirados Árabes. Na avaliação da senadora, com a atração do investimento desse país e a troca de conhecimento, é possível investir em políticas públicas eficazes que aumente a segurança e melhore as perspectivas em demais setores da economia, como o turismo.
— Cem milhões de chineses saem da China para fazer turismo. Nós recebemos, por ano, 6,5 milhões de turistas estrangeiros. Nosso maior problema está na falta de segurança. Então quando você investe em segurança pública, você investe no turismo também. Você consegue movimentar por vias transversas uma economia em vários setores.
Os senadores Weverton (PDT-MA) e Eduardo Girão também registraram o potencial do Brasil para atrair investimentos e ampliar sua competitividade em relação ao turismo.
— Você imagina só, um país continental como o Brasil, nós temos cerca de 6,5 milhões de turistas por ano, enquanto o museu do Louvre [em Paris], ele sozinho, a média é de 10 milhões de turistas por ano. Você vai à República Dominicana, que possui 7 milhões de habitantes, recebe 7 milhões de turistas por ano. Isso é dinheiro rápido, é serviço, é oportunidade é desenvolvimento. Porque o turista quando vai lá ele deixa dinheiro e isso gera muitas oportunidades.
Marcos do Val informou aos senadores que está programando junto com o embaixador dos Emirados Árabes no Brasil, Saleh Alsuwaide, a vinda de cheiques árabes e autoridades de Abu Dhabi, capital dos emirados, com a finalidade de conhecer o Brasil, principalmente aprofundar as percepções em relação ao turismo.
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