Em pronunciamento nesta terça-feira (14), o senador Lasier Martins (Podemos-RS) disse que o Orçamento da União, previsto para o ano de 2022, está “marcado por irregularidades e injustiças”. Segundo o senador, um dos desvios foi a criação de uma nova modalidade de emendas parlamentares, que configuram o chamado "orçamento secreto".
— O Orçamento da União para o próximo ano está marcado de azares, para dizer pouco. Primeiro, por conta do famigerado orçamento secreto, com distribuição de emendas de forma discriminatória, seletiva, que obedecerá a interesses dos aliados do governo, e não ditado pelo interesse público, que é o que deveria preponderar em se tratando do sagrado Orçamento da União — declarou.
Lasier criticou igualmente a falta de legitimidade nas indicações das relatorias setoriais. Líder do bloco Podemos, PSDB e PSL, o parlamentar disse que indicou a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) como relatora temática da educação, fato que não ocorreu, pois, a presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (MDB-ES), indicou o senador Wellington Fagundes (PL-MT).
— A pessoa indicada, por mais eminente que seja, como é, de fato, o senador Wellington Fagundes, teve uma indicação irregular, porque foi indicado por pessoas sem legitimidade para proceder a tal indicação. A indicação cabia ao líder do bloco.
Lasier também mencionou reportagem do jornal O Estado de São Paulo, segundo a qual o chamado 'Orçamento secreto' prioriza redutos de líderes do Congresso. Em sua opinião, a forma de distribuição de recursos para os municípios brasileiros é discriminatória. Citou como exemplo o fato de a cidade mineira de Pouso Alegre ter recebido R$ 237 milhões, enquanto outro município do estado recebeu apenas R$ 38 milhões.
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