O Plenário do Senado aprovou o diplomata Paulo Estivallet de Mesquita para o cargo de embaixador do Brasil na Colômbia. A indicação do presidente da República (MSF 58/2021) foi relatada pelo senador Cid Gomes (PDT-CE). Foram 41 votos a favor, 3 contrários e 1 abstenção.
Paulo Estivallet nasceu em 1959 em Porto Alegre e graduou-se em engenharia agronômica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1983. Terminou pós-graduação em administração na École Nationale d’Administration de Paris em 1986. Começou sua carreira diplomática como terceiro-secretário, em 1985, e desde 2013 é ministro de primeira classe.
Entre 2016 e 2018 foi membro do conselho de administração da Itaipu Binacional. Em missões no exterior, serviu na Delegação Permanente em Genebra (2003-2008) e na Delegação do Brasil junto à OMC (2008-2011), entre outros postos. Por fim, desde 2018, é embaixador do Brasil na China.
Em sua sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE), Estivallet lembrou que a Colômbia é o país sul-americano que mais cresceu desde 2008. Entre as prioridades do diplomata está aumentar a participação da Petrobras na exploração de petróleo no país vizinho. Ele citou que, entre 2015 e 2019, o comércio bilateral cresceu 50%, passando de US$ 3 bilhões para US$ 4,5 bilhões anuais.
Colômbia
A República da Colômbia é o quarto maior país da América do Sul, o segundo mais populoso, com cerca de 50 milhões de habitantes, é a terceira economia do continente. As relações diplomáticas com o Brasil começaram na década de 1820, quando o país era ainda Grã-Colômbia e seu território compreendia também Equador, Venezuela e Panamá.
O país faz atualmente um esforço de pacificação, em especial diante de dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN). As minas terrestres espalhadas no país pelos terroristas são um dos assuntos mais sensíveis e estima-se que o Brasil tenha auxiliado na destruição de mais de 3,5 mil minas e 320 bombas improvisadas.
A pacificação, no entanto, enfrenta vários desafios, tais como a reintegração de ex-combatentes, a garantia dos direitos humanos em áreas afetadas pelo conflito e a desmobilização de grupos paramilitares ainda ativos.
A pandemia e as dificuldades econômicas, além do grande fluxo de imigrantes venezuelanos (a Colômbia foi o país que mais recebeu imigrantes, no total de 1,7 milhões de pessoas), levou o governo a adotar políticas impopulares, como a reforma tributária, e a enfrentar duras e intensas manifestações populares em razão delas.
Comércio
O Brasil é o 4º fornecedor de produtos à Colômbia (atrás de EUA, China e México), principalmente automóveis de passeio, peças e acessórios de veículos automotivos e produtos da indústria de transformação. Por outro lado, é o 5º maior destino das exportações colombianas, formadas principalmente por carvão não aglomerado, coques, semicoques e carvão de retorta, e polímeros. Além disso, há mais de 100 empresas brasileiras na Colômbia, entre elas Gerdau, Votorantim, Bovespa BM&F, Itaú, BTG Pactual, Natura e O Boticário.
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