O Congresso Nacional, assim como Brasília, foi construído pela dedicação e pela criatividade de diversas pessoas. A artista plástica franco-brasileira Marianne Peretti foi uma delas e, na tarde do último sábado (18), ela retornou ao lugar que ajudou a compor para contemplar suas obras. Fizeram parte do roteiro o Salão Branco do Congresso (Chapelaria), o Museu do Senado e o Salão Verde da Câmara, locais onde estão expostas obras como os painéis Alumbramento, Araguaia, Pasiphae e O Lago e os Peixes.
Aos 94 anos, Marianne usou uma cadeira de rodas para se deslocar pelo Senado. Ergueu-se, porém, para posar sorridente ao lado da filha, Isabella Peretti, para algumas fotos.
— Foi uma visita intimista, sem holofotes ou divulgação, mas repleta de emoção. Em abril, Isabella pretende voltar a Brasília acompanhada da mãe e já fizemos o convite para a visita integrada — conta Walesca Borges, do Serviço de Cooperação Institucional do Senado, que acompanhou o passeio da artista.
— Sempre falei de Marianne Peretti e da ousadia e da vanguarda de suas obras aos visitantes. Diante de um dos painéis, perguntada por sua filha, Marianne comentou: "Acho bonito, grandioso, dá força à sala". Foi o dia mais marcante em meus 11 anos de Senado — relata a coordenadora-substituta da Coordenação de Museu do Senado, Marilia Serra, que também acompanhou a visita.
Marianne Peretti nasceu em Paris, capital da França, em 1927, e naturalizou-se brasileira na década de 1950, quando se mudou para São Paulo e passou a investir na carreira artística. Na Europa, ela já havia feito ilustrações para livros, mas, em solo brasileiro, dedicou-se a vitrais, painéis, esculturas e relevos para edifícios.
Única mulher a participar do time criativo da capital federal, ela deixou sua marca também na Câmara dos Deputados, no Palácio do Jaburu, no Memorial Juscelino Kubitschek, no Teatro Nacional, no prédio do Superior Tribunal de Justiça e na Catedral de Brasília. São dela os vitrais da Catedral.
A artista também possui obras em vários prédios de Oscar Niemeyer em outras partes do Brasil e do mundo: na sede da Revista Manchete (Rio de Janeiro), no Edifício Burgo (Turim, Itália) e na Maison de la Culture du Havre (Le Havre, França).
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