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Debatedores defendem criação do Dia Nacional da Incontinência Urina?ria

Representantes do Ministério da Saúde e de associações médicas defenderam nesta quarta-feira (23) a criação do Dia Nacional e da Semana Nacional pa...

23/03/2022 às 13h15
Por: Redação Fonte: Agência Senado
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Nelsinho Trad (C) comanda audiência com médicos e gestores em saúde - Reprodução TV Senado
Nelsinho Trad (C) comanda audiência com médicos e gestores em saúde - Reprodução TV Senado

Representantes do Ministério da Saúde e de associações médicas defenderam nesta quarta-feira (23) a criação do Dia Nacional e da Semana Nacional para Prevenc?a?o e Tratamento da Incontinência Urina?ria. Eles participaram de uma audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

O debate foi sugerido pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS). Médico urologista, o parlamentar sugere a data de 14 de março como Dia Nacional da Incontinência Urina?ria. Ele lembra que a condição afeta 5% dos brasileiros, especialmente as mulheres com mais de 40 anos.

— Muitas pessoas se escondem ou evitam procurar auxílio médico por vergonha ou incompreensão do problema. O mais importante nessa situação é promover a informação de que há maneiras de prevenir ou tratar o distúrbio. O dia 14 de março é a data mundialmente destinada a chamar a atenção das pessoas para a questão — explica Trad.

A incontinência é a perda involuntária da urina pela uretra. O distúrbio é mais frequente entre as mulheres. A condição pode ser provocada por diversas causas. Entre elas, comprometimento da musculatura ou do assoalho pélvico, tumores, doenças que comprimem a bexiga, obesidade e tosse crônica dos fumantes.

O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Alfredo Felix Canalini, destaca que a incontinência urinária tem “um impacto negativo muito grande sobre a qualidade de vida”. Mas ele lembra que o problema tem tratamento.

— É uma situação que tem controle, tem tratamento, tem cura. É preciso que o paciente perca um pouco a impressão de que a incontinência urinária é uma situação inexorável com a qual ele tenha que lidar, porque sua avó e sua mãe passaram por isso. A incontinência pode ser tratada ou amenizada e precisa ser avaliada individualmente — explicou.

O vice-presidente da Associac?a?o Brasileira pela Contine?ncia, Ju?lio Geminiani, explica que a incontinência urinária gera um custo financeiro alto para pacientes e familiares. Considerando uma renda média de R$ 1.920, o urologista explica que os gastos com medicamentos, exames e procedimentos médicos podem comprometer até 25% do salário do brasileiro. Isso sem falar no prejuízo emocional.

— Um estudo realizado em 2000 mostra que até 34% de quem tem incontinência urinária apresenta uma depressão associada. O impacto é grande: 90% afirmam que afeta o bem-estar, 89% se sentem envergonhados, 45% entendem que a incontinência causa isolamento e 42% evitam ir a eventos sociais — detalha.

Ju?lio Geminiani lembra ainda que 35% da população não sabe que o problema tem cura. Para ele, a criação do Dia Nacional e da Semana Nacional para Prevenc?a?o e Tratamento podem ajudar a conscientizar os brasileiros sobre a identificação dos sintomas e as possibilidades de tratamento, para diminuir o estigma em torno da incontinência urinária.

O presidente da Associac?a?o Brasileira de Uroginecologia e Assoalho Pe?lvico (Uroginap), Luiz Gustavo Oliveira Brito, também destacou o custo elevado do tratamento. Segundo o médico, se todas as mulheres afetadas buscassem atendimento, o impacto apenas com despesas ambulatoriais e hospitalares poderia ultrapassar os R$ 10,4 bilhões. Oliveira Brito cobrou a ação do poder público no enfrentamento do problema.

— As mulheres realmente vão ter, em algum momento da vida, uma perda de urina. Isso pode acontecer numa situação de trabalho, em casa, numa atividade física, depois do parto. Muitas mulheres podem ter dificuldade para chegar no banheiro a tempo. Numa população 212 milhões de pessoas, metade é de mulheres. Estamos falando de 22 milhões de mulheres com incontinência. Se só um terço procura ajuda, a gente ainda tem 15 milhões com necessidade de cuidados — disse.

A enfermeira Glauciene Leister representou a Coordenac?a?o-Geral de Doenc?as Cro?nicas e Controle do Tabagismo do Ministe?rio da Sau?de na audiência pública. Ela defendeu a criação do Dia Nacional e da Semana Nacional para Prevenc?a?o e Tratamento da Incontinência Urina?ria, mas lembrou que a pasta enfrenta restrições orçamentárias.

— O Ministério da Saúde em nada se opõe à criação da data. No entanto, temos limitações orçamentárias para direcionar recursos diretos para a realização dessas ações — afirmou.

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