O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu, em pronunciamento nesta quarta-feira (23), a correção dos limites de isenção da tabela do imposto de renda e os valores referentes às despesas que podem ser deduzidas. Segundo ele, a última vez que isso aconteceu foi em 2015.
Daquele ano até janeiro de 2022, continuou Paulo Paim, o IPCA foi de 51,6%. Mas conforme cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) a defasagem da tabela em vigor é bem maior e alcança 134,52%, informou o senador.
Segundo Paim, ao não corrigir os limites de isenção da tabela do imposto de renda, o governo promove um confisco dos salários dos trabalhadores, reduzindo ainda mais o poder de compra dessa parcela da população, que já sofre com a inflação alta.
— Quem recebe R$ 1.903, ou seja, pouco mais de um salário-mínimo, é tributado pelo imposto de renda. No caso desse trabalhador, é pior ainda, porque não mantém seus filhos em escolas particulares, nem conseguem pagar planos de saúde, despesas que podem dedutíveis. Assim, quando são tributados, sua alíquota efetiva é, proporcionalmente, mais alta do que a de pessoas com renda mais alta — explicou.
Por fim, Paulo Paim defendeu uma reforma do sistema tributário, para que a cobrança seja progressiva e mais justa, cobrando mais de quem tem renda mais elevada.
— Produtos de primeira necessidade não deveriam ser tributados. No Brasil, os pobres pagam mais impostos que os ricos. Parece absurdo, mas é verdade. Por isso, somos o país da maior concentração de renda do mundo — lamentou.
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