Segue para sanção do presidente da República o projeto que institui julho como Mês Nacional de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. O PL 400/2019 foi aprovado no Senado com uma emenda do senador Jorginho Mello (PL-SC) e retornou para a Câmara dos Deputados, que confirmou a alteração e aprovou a matéria nesta terça-feira (29). Ficou retirado do texto o artigo que definia atribuições aos órgãos do Poder Público para que elaborassem obrigatoriamente campanhas informativas.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os dados referentes ao diagnóstico de cânceres de cabeça e pescoço, com exceção da tireóide, são alarmantes no Brasil. Em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento, além de elevar a taxa de mortalidade.
Os cânceres de cabeça e pescoço englobam tumores da cavidade oral, faringe, laringe e cavidade nasal. Entre os principais fatores de risco estão o consumo excessivo de álcool e o tabagismo. Segundo dados do Inca, em 2019 (pré-pandemia), foram registradas 20.722 mortes.
Jorginho Mello, relator da proposta no Senado, observou que a mortalidade dos diversos tipos de câncer que acometem a região de cabeça e pescoço representam a segunda causa mais fatal, entre as doenças, para os brasileiros, atrás apenas das doenças cardiovasculares. “Caso se considere também o câncer de pele que afeta essas regiões, o seu potencial letal iguala-se ao das doenças cardiovasculares, com o agravante de que não dispõem das mesmas campanhas destinadas ao combate e à prevenção”.
São doenças que se manifestam em locais do corpo que, geralmente, ficam visíveis. O parlamentar lembra que seus portadores passam a exibir, involuntariamente, os tumores, sendo obrigados a lidar com a exposição e com as reações das pessoas àquilo que destoa dos padrões estéticos. “Há, portanto, além de sofrimento físico, um profundo sofrimento psicológico. Não por acaso, os pacientes desses tipos cancerígenos detêm os maiores índices de suicídios entre os pacientes oncológicos” afirmou.
Os tratamentos são multidisciplinares, e requerem uma variada gama de profissionais médicos e da área da saúde. Soma-se a necessidade da realização de exames, o uso de medicamentos sofisticados e a realização de procedimentos complexos, como radio e quimioterapia. Os custos podem vir a ser, portanto, extremamente elevados, e inacessíveis à população de baixa renda, segundo o senador.
Por isso, Jorginho Mello acredita que a prevenção continua sendo a forma mais efetiva de combate a esse tipo de doença.
“Disponibilizar informações que esclareçam os sintomas, as formas de prevenção e a importância da busca prematura por tratamento, poderá trazer, além da efetiva redução da mortalidade e da incidência de sequelas graves decorrentes dos cânceres de cabeça e pescoço, uma maior eficiência das políticas públicas de saúde e, consequentemente, mais economia aos cofres públicos.”
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