Está agendada para a próxima quarta-feira (6), a partir das 14h, a audiência pública com o encarregado de Negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach. A audiência, que será promovida pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, poderá contar com perguntas e comentários de internautas feitos por meio do Portal e-Cidadania.
A ida de Anatoliy Tkach à CRE atende a pedido da presidente dessa comissão, a senadora Kátia Abreu (PP-TO). Para ela, a audiência com Tkach servirá para entender melhor o conflito com a Rússia sob o ponto de vista da Ucrânia. O diplomata poderá também prestar mais informações sobre a crise humanitária enfrentada por seu país e as modalidades de assistência que a população ucraniana precisa receber de outros países, inclusive do Brasil.
O convite para a ida do diplomata ucraniano à CRE foi aprovado em 24 de março, mesma data em que foi aprovado o convite ao embaixador da Rússia, Alexey Labetsky, para discutir com a comissão o conflito entre os dois países — também solicitado por Kátia Abreu.
A audiência com Alexey Labetsky está prevista para terça-feira (5). No dia em que os pedidos da senadora foram votados, ela deixou claro que o objetivo é esclarecer as posições de cada país na guerra, as relações de Rússia e Ucrânia com o Brasil e como pode ser feita a ajuda humanitária.
Para Kátia Abreu, a ida de diplomatas dos dois países à CRE servirá para que a comissão e o Brasil possam entender melhor o conflito. Segundo ela, Putin "cometeu um grande erro" ao invadir a Ucrânia, mas também entende que os EUA têm apresentado uma atitude hostil contra a Rússia, o que não colabora para a resolução da crise.
— Estamos vendo por parte dos americanos um ataque muito frontal aos russos, desnecessário para quem quer fazer um acordo. Quando Joe Biden [presidente dos EUA] agride e ataca Putin, em que pese suas razões sejam justificadas, vejo uma dificuldade ainda maior, um distanciamento no que diz respeito a acordos. Não existe santo nessa história — declarou a senadora no dia da votação de seus pedidos.
Kátia Abreu também lembrou que Putin disse que a via militar foi a "única saída" para, segundo ele, defender seu país. Entre as razões do ataque estariam a ameaça à segurança russa representada pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre países do leste europeu e os movimentos da Ucrânia de aproximação com a Otan.
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