O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu, em pronunciamento nesta terça-feira (19), data em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, que a Comissão de Direitos Humanos (CDH) promova diligências nas terras yanomâmis, depois que o líder Júnior Yanomâmi denunciou atos de violência praticados por garimpeiros.
Segundo os relatos, duas meninas yanomâmis foram violentadas e mortas por garimpeiros e outras estão grávidas.
Segundo Paim, esse é um exemplo de violência a que os povos indígenas são submetidos no país ao longo dos anos. A esse tipo, somam-se outros, como preconceito étnico-cultural, invasão de terras e ameaças, lamentou o senador.
— Conforme o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), no ano de 2020, o Brasil teve 182 indígenas assassinados. As terras deles são invadidas por grileiros, garimpeiros, madeireiros, caçadores. Em 19 estados, foram 263 invasões. Quase 50 mil indígenas foram contaminados pela covid-19. 900 morreram. [...] Mais de 3 mil crianças indígenas morreram no nosso país nos últimos 4 anos. Em 2021, foram quase 500 mortes na primeira infância. Um a cada quatro óbitos indígenas é de criança de zero a 5 anos, lamentou.
Paim criticou ainda os projetos de lei e ações que, na opinião dele, prejudicam os povos indígenas. O senador citou especificamente o PL 490/2007, que trata da definição de um marco temporal para demarcação de terras indígenas, e o PL 191/2020, que permite o garimpo em terras indígenas. Ele também repudiou o incentivo ao desmatamento e ao uso de agrotóxicos nessas localidades.
— É urgente a demarcação das terras indígenas. É de direito. É dignidade — disse Paim.
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