O consultor Jorge Guilherme da Silva Souza negou aos senadores que sua empresa, a JG Consultoria, tenha cometido irregularidade na intermediação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O depoimento ocorreu na reunião desta quinta-feira (5) da Comissão de Educação (CE).
A consultoria foi mencionada à CE pelo prefeito de Rosário (MA), Calvet Filho, em depoimento à comissão no dia 5 de abril. Segundo o prefeito, Jorge Souza intermediou uma reunião dele com o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, na residência do próprio ministro, fora da agenda oficial. Souza negou ter organizado o encontro.
A CE apura denúncias de tráfico de influência nos repasses do FNDE na gestão de Milton Ribeiro. Ele deixou o ministério em março, após a divulgação das denúncias.
Questionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento da audiência, Souza explicou que sua empresa atua desde 2018. Presta assessoria a prefeitos de oito municípios, de Maranhão, Pará e Pernambuco, na busca de recursos nos ministérios da Educação e da Saúde, e eventualmente no Ministério do Desenvolvimento Regional. Segundo ele, a consultoria cuida da parte técnica, enquanto o prefeito "tem que fazer o lado político, porque se ele se meter com a área técnica, a coisa acaba não evoluindo".
— Nem eu nem ninguém da minha equipe está autorizado a dizer a algum cliente que vai dar um jeitinho, tampouco promove aproximação com os entes que liberam recursos por outro viés que não seja o técnico. O que nós fazemos é tornar o município apto a receber os recursos. Muitas vezes as pessoas até confundem isso. A atuação nossa é simplesmente estreitar o link entre as pontas — afirmou.
Souza explicou que o aumento da influência das emendas parlamentares no Orçamento, nos últimos anos, deu mais importância a seu trabalho de assessoria. Ele negou ter participado de qualquer reunião onde tivessem ocorrido promessas de repasse de recursos em troca de propina.
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