A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta quinta-feira (26) o projeto (PL 428/2021) que inscreve o nome de Lauro Nina Sodré e Silva no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. De autoria do senador Confúcio Moura (MDB-RO) a matéria recebeu parecer favorável do senador Zequinha Marinho (PL-PA) e caso não haja recurso para votação em Plenário seguirá para votação na Câmara dos Deputados.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria inclui o nome de brasileiros, brasileiras ou grupos que tenham oferecido a vida em defesa e construção do país com excepcional dedicação e heroísmo. Ele está guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Durante a leitura do seu relatório, Zequinha justificou a homenagem a Lauro Nina Sodré e Silva por sua atuação como líder político e relevância na causa republicana no país.
Lauro Sodré foi o primeiro governador do Pará, eleito pelo Congresso Constituinte Paraense, em 23 de junho de 1891 e foi também representante daquele estado na Constituinte da República. Ele ainda foi eleito quatro vezes senador, sendo três pelo Pará e uma pelo então Distrito Federal.
Ele foi o único governador que se colocou contra o golpe perpetrado pelo então presidente Deodoro da Fonseca, em 3 de novembro de 1891, quando foi dissolvido o Congresso, como explicou Marinho durante leitura do relatório.
— Lauro Sodré foi o único governador a se colocar contra o golpe. Diante da reação contrária ao golpe por parte do almirante Custódio de Melo, que ameaçou bombardear a capital, Deodoro renunciou à presidência, em 23 de novembro de 1891, e todos os governadores que haviam apoiado o golpe foram depostos. Lauro Sodré foi mantido no governo do Pará, permanecendo no cargo até 1º de fevereiro de 1897 — disse.
Lauro Sodré nasceu em Belém, em 1858 e em 1876 ingressou como cadete na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, então capital do Império. Ele foi aluno de Benjamin Constant, o que o influenciou abraçar a causa republicana. Em 1878 fundou, juntamente com outros alunos da Praia Vermelha, um clube secreto republicano. Além disso, participou ativamente da criação do Clube Republicano do Pará, em 1886, tendo sido também o redator do manifesto publicado em Belém, em 31 de maio daquele ano, no qual afirmava que o objetivo da associação era a eliminação da realeza, causa do atraso da sociedade brasileira.
Após a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi nomeado secretário de Benjamin Constant no Ministério da Guerra e, em seguida, na Secretaria de Estado da Instrução Pública, Correios e Telégrafos.
Em 1890 elegeu-se deputado pelo Pará e foi eleito governador do Pará por unanimidade pelo Congresso Constituinte paraense.
Já em 1897 foi eleito senador pelo Pará e escolhido candidato à Presidência da República para a sucessão de Prudente de Morais, apoiado sobretudo por republicanos e positivistas. Realizadas as eleições no dia 1º de março de 1898, foi derrotado por Campos Sales.
Em 1903 foi eleito senador pelo Distrito Federal. No mesmo ano apoiou a população do Rio de Janeiro, junto aos cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha, contra o projeto de Osvaldo Cruz para a vacinação obrigatória. Por sua resistência, foi preso após o episódio e libertado e anistiado em 1905.
Eleito senador uma vez mais pelo Pará, em 1913, após 37 anos de serviço no Exército, foi reformado no posto de general. Assumiu ainda, por mais duas vezes, o cargo de governador do Pará, tendo abandonado a vida política em 1930. Lauro Sodré teve atuação de destaque também na maçonaria, onde alcançou os graus de grão-mestre do Grande Oriente do Brasil e soberano grande comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito.
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