O senador Plínio Valério (PSDB-AM) denunciou a “hipocrisia” dos países desenvolvidos que acusam o Brasil de não ter condições de tomar conta da Amazônia. Ele disse que essas nações que querem dar lições aos brasileiros, não têm as mesmas preocupações com o que ocorre nos seus próprios territórios.
Em pronunciamento nesta terça-feira (31), o parlamentar destacou os protestos ocorridos em abril no Estado da Renânia, coração industrial da Alemanha, contra a expansão de uma mina que produz linhita, conhecida como carvão marrom, um dos combustíveis fósseis mais poluentes do mundo.
— Aqui no Brasil, no Amazonas, a gente não pode nem explorar o potássio porque está perto de uma área indígena; não é dentro, é perto — olhem só o disparate! — protestou.
Plínio Valério ressaltou que o problema da linhita não se limita à poluição. Com alto teor de água, ela tem baixo poder calórico e, portanto, é um dos combustíveis menos eficientes do mercado. Por isso, sua exploração é altamente destrutiva, exigindo escavação muito extensa e profunda para a extração de grandes quantidades de minério. As minas de linhito — destacou — assumem a feição de gigantescas crateras, porque a sua expansão destrói tudo nas proximidades.
— Essa mina alemã já engoliu mais de uma dúzia de vilarejos, igrejas centenárias, casas e rodovias que foram demolidas e se removeu o solo sobre as quais estavam construídas, terras agrícolas desapareceram e até cemitérios foram esvaziados — uma verdadeira devastação — afirmou.
De acordo com o senador, o judiciário alemão manteve a expansão da mina e ainda determinou a venda obrigatória das terras para a empresa que a explora, alegando motivações econômicas e dizendo que as medidas de proteção climática não exigem a retirada imediata do carvão da matriz energética.
Plínio Valério também mencionou os Estados Unidos, cujo governo acaba de anunciar que, para ajudar no combate à crise alimentar, permitirá que produtores de lá façam o plantio em terras ambientalmente sensíveis que foram reservadas para a conservação.
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