A Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte se reúne na terça-feira (16), às 11h, para apresentação e análise do relatório com a conclusão dos trabalhos. O documento, de autoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), vai trazer os resultados obtidos pelos senadores a partir de visitas e audiências como a diligência feita no Vale do Javari, território indígena no Amazonas onde ocorreram os assassinatos do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo, servidor licenciado da Funai. A reunião será em caráter semipresencial, no Plenário 7, na Ala Senador Alexandre Costa.
A comissão foi criada em 20 de junho com prazo de 60 dias de funcionamento. O objetivo é investigar os motivos e também os responsáveis pela morte de Dom Phillips e Bruno Araújo, que desapareceram no dia 5 de junho na região. Os corpos foram encontrados na mata, no dia 15 de junho. Na mesma semana, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, confessaram envolvimento no assassinato. Outras pessoas também são investigadas como suspeitas de participação no crime.
No dia 30 de junho, os parlamentares integrantes da comissão viajaram para o Vale do Javari. Lá, reuniram-se com representantes dos povos indígenas, da força-tarefa que investiga o caso e de outros órgãos federais envolvidos. Eles também conversaram com familiares de Bruno e Dom.
Em reunião no dia 6 de julho, os senadores membros da comissão manifestaram interesse de apresentar o relatório como base para pedir à Justiça Federal e ao Ministério Público a federalização das investigações. Eles também manifestaram o interesse em solicitar que a apuração sobre o assassinato do funcionário da Funai Maxciel Pereira, em 2019, seja anexada à investigação do crime mais recente.
No dia 14 de julho, a comissão ouviu o líder indígena e ex-coordenador da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Jader Marubo, e a mulher de Bruno, a antropóloga Beatriz Matos, que também atua na região. Ambos denunciaram um processo de desmonte das estruturas de fiscalização do Estado na Amazônia e relataram que indígenas e servidores da Funai vivem ameaçados por denunciarem a atuação do narcotráfico e a atividade ilegal de pescadores, caçadores e garimpeiros.
— Que as mortes do Dom e do Bruno sirvam pelo menos para que se construa outra alternativa naquela região. Que seja possível transitar sem sofrer violência — alertou Beatriz.
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