O Sindicato dos Guias de Turismo do Estado de São Paulo recomendou a suspensão dos passeios no centro histórico da capital devido aos roubos e furtos. Segundo a presidente do sindicato, Adriana Perdiza, a falta de segurança sempre foi um problema na região, mas piorou muito nos últimos três meses. “A coisa chegou a um ponto insuportável”, enfatizou.
A sensação de insegurança tem, de acordo com Adriana, afastado os turistas da cidade. “Muita gente deixando de vir para São Paulo, assim como as pessoas estão deixando de frequentar o centro”, acrescentou.
A presidente do sindicato disse que a situação é ainda mais complicada quando os grupos de estrangeiros são guiados pelo centro. “Quando eles veem que é grupo, que é estrangeiro, piorou. Eles mostram caraterística de turistas e acabam virando alvo [dos ladrões]”, disse.
Entre os pontos considerados de risco para turistas estão locais de valor histórico, como o Pátio do Colégio, onde ficava o colégio jesuíta que deu origem a São Paulo, a Praça da Sé, marco zero da cidade, o Mosteiro São Bento e o Largo São Francisco.
Por isso, o sindicato diz que só vai voltar a recomendar passeios a pé no centro da cidade quando houver melhoria nas condições de segurança. Há a opção de fazer excursões de carro. No entanto, segundo Adriana, esse tipo de visita acaba não satisfazendo as expectativas dos visitantes. “O turista fica frustrado, porque ele quer conhecer, bater foto, entrar nos locais”.
A Secretaria Municipal de Turismo de São Paulo informou que faz reuniões constantes com o sindicato dos guias para tratar das demandas da categoria. “A pasta mantém contato permanente com outros órgãos municipais e estaduais, sempre reforçando os pontos que precisam de atenção, desde zeladoria à segurança”, acrescenta a nota enviada pela pasta.
Segundo a secretaria, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua no policiamento preventivo no centro da cidade “24 horas por dia, por meio de rondas periódicas em todo território, inclusive no entorno dos pontos turísticos da região”.
A secretaria disse ainda que, dentro de um amplo programa de incentivo ao turismo na cidade, que vai começar em setembro, promoverá visitas guiadas, voltadas a crianças e idosos de baixa renda, a diversos locais no centro. Entre os pontos que serão visitados estão o Museu Catavento, o Pátio do Colégio, o Mercadão, o Teatro Municipal, além da Sala São Paulo, que fica na região onde até maio estava concentrada aglomeração de pessoas em situação de rua e usuárias de drogas conhecida como Cracolândia.
Em maio, uma grande ação policial dispersou aglomeração de pessoas que estava na Praça Princesa Isabel. Após essa operação, um levantamento feito em junho pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade da Universidade de São Paulo mostrou que a Cracolândia se dividiu em 16 concentrações menores pelo centro paulistano.
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