Com 41 votos favoráveis, 3 contrários e 3 abstenções, o Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (23) o nome de Henrique da Silveira Sardinha Pinto para o cargo de embaixador do Brasil na Guatemala. A indicação (MSF 68/2022) foi relatada pelo senador Julio Ventura (PDT-CE) e previamente aprovada na Comissão de Relações Exteriores (CRE) após sabatina.
Ministro de primeira classe do Ministério de Relações Exteriores (MRE), Henrique da Silveira Sardinha Pinto nasceu em 1956 em Belo Horizonte e é formado em direito pela Universidade do Distrito Federal. Ele começou sua carreira diplomática em 1979, ocupando vários cargos no MRE. Foi embaixador em Argel (2009-2013) e em Tel Aviv (2013-2016). Em 2019 assumiu as embaixadas na Santa Sé e na Ordem Soberana e Militar de Malta, cargo que ocupa atualmente.
Com estimados 17 milhões de habitantes, a República da Guatemala é o país mais populoso e com a maior economia da América Central. O país enfrentou longa guerra civil entre 1960 e 1996, quando foram assinados acordos de paz entre guerrilheiros e o governo, com anistia geral concedida a ambos os lados.
Em 1937 a Guatemala foi o primeiro país da América Central a receber uma representação diplomática brasileira permanente. Em 2021, o fluxo de comércio entre os dois países cresceu 36,9%, alcançando US$ 420 milhões. As exportações para a Guatemala totalizaram US$ 352 milhões, enquanto as importações somaram US$ 64 milhões, com saldo positivo para o Brasil de US$ 288 milhões. O Brasil absorveu 1,6% das exportações da Guatemala e ocupou a nona posição entre os maiores fornecedores do país.
Os principais produtos comprados pelos guatemaltecos são máquinas, eletrodomésticos, veículos, milho e produtos da indústria química. O Brasil importa principalmente borracha natural, alumínio de reciclagem e produtos de vidro.
A cooperação técnica é um dos principais focos da relação entre os dois países. O Programa de Cooperação Técnica Brasil-Guatemala tem três projetos em execução nas áreas de saúde e trabalho e cinco em fase de assinatura, sobre combate a incêndios florestais, conservação de ecossistemas, uso da biodiversidade, produção de açúcar e processamento de cacau, leite e carne. Também existe programa de cooperação na área de defesa desde 1996.
Submetido a sabatina na CRE na manhã desta quarta-feira, Sardinha Pinto prometeu aos membros do colegiado focar na promoção comercial entre os dois países. O diplomata ressaltou a importância da abertura do mercado guatemalteco para a carne brasileira, que é impedida de entrar no país há décadas, e disse que vai trabalhar na área de cooperação técnica e na possibilidade de diversificá-la por meio de projetos de cooperação trilateral com países parceiros. Henrique Sardinha Pinto afirmou que um possível acordo entre o Mercosul e a Guatemala foi recusado pelo país da América Central em 2021. Segundo ele, há muita resistência do setor privado guatemalteco.
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