O Brasil precisa de 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 com urgência, para que um terço da população seja imunizada e a curva de infecção diminua. O alerta foi feito nesta segunda-feira (22) pela senadora Kátia Abreu (PP-TO) na reunião remota da Comissão Temporária da Covid-19. Presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), ela fez um levantamento junto à Fiocruz, ao Instituto Butantan e a produtoras de vacinas estrangeiras, além dos embaixadores do Brasil na Rússia, Índia, União Europeia e Estados Unidos. E ressaltou que, apesar do esforço de todos para a reunião dos números, as informações sobre a aquisição das doses pelo país ainda são desencontradas.
Segundo Kátia Abreu, 576 milhões de doses são o resultado da soma dos números divulgados pelo Poder Executivo referentes a vacinas já contratadas e aquelas ainda por contratar. A senadora afirmou, no entanto, que os documentos de compras aos quais teve acesso se referem a apenas 476 milhões de doses adquiridas de diversas empresas ao redor do mundo. A parlamentar disse que não conseguiu encontrar, em relatório enviado a ela pelo governo, a compra das 100 milhões de doses necessárias para imunizar pelo menos um terço da população.
— Não é fácil porque as informações são bastante desencontradas, e eu, sinceramente, não consegui encontrar essa compra. Não estou dizendo que o governo não tenha comprado, mas, de todo o levantamento que eu fiz, o restante das informações está correto. No item da Fiocruz recebendo a AstraZeneca/Oxford, no entanto, são declaradas 210 milhões de vacinas, mas eu encontrei apenas 110 milhões. Às vezes há Fiocruz que vai receber AstraZeneca da China e também da Índia, então, os pacotes estão muito picados, na verdade.
Kátia mencionou publicação da revista digital Science Magazine, segundo a qual, 11 países compraram vacinas em número muito maior aos de seus habitantes havendo, assim, cerca de 3 bilhões de doses que provavelmente não serão utilizadas. A senadora informou que uma moção de apelo internacional foi assinada por 65 senadores, chamando a atenção mundial para a necessidade de o Brasil ter vacinas.
— Estamos numa guerra sanitária, que mata sem armas de fogo ou nucleares. Queremos [a atenção de] países do G-20, OCDE, Parlamento Europeu, Congresso Americano, embaixadores brasileiros no mundo, empresas produtoras de vacinas, presidentes de comissões de relações internacionais e imprensa.
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