Um ano após os primeiros casos de contaminação em território brasileiro pelo Sars-Cov-2 — o vírus que causa a covid-19 (Coronavirus Disease) — as principais recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da comunidade médica para diminuir o risco de contrair a doença continuam sendo as mesmas: usar máscara, lavar as mãos ou usar álcool gel, evitar aglomerações, mantendo o distanciamento, cobrir a boca com o braço ao espirrar e sempre deixar janelas abertas para circulação do ar em ambientes fechados.
— Aprendemos muito ao longo desse ano de pandemia e essas necessidades só se reforçam. Estamos vivendo no país uma segunda onda, com a coexistência de várias cepas, algumas mais infecciosas, então essas necessidades só se intensificam. Distanciamento social, evitar o contato com pessoas que não são do seu núcleo familiar a não ser em caso de extrema necessidade. Aglomeração, nem pensar, e usar sempre a máscara — afirmou Daniele Calvano, médica do Senado, em entrevista à Agência Senado.
Boa parte da população segue as orientações à risca. Mas muitos ainda resistem. Enquanto isso, os números de contaminados, internados e intubados têm crescido de forma devastadora. Pelo menos 12 milhões de brasileiros já foram infectados com o vírus e desses, oficialmente, quase 300 mil morreram de covid-19. Por isso é necessário procurar se proteger enquanto a vacinação não chega para todos.
Daniele Calvano reconhece que muitos já estão cansados, depois de um ano de pandemia e isolamento social, mas enfatiza que é preciso continuar com as medidas de segurança sanitária. Principalmente em períodos críticos como o atual: os hospitais estão lotados, há falta de medicamentos e filas de espera para vagas em UTIs, num quadro de colapso na saúde.
Daniele Calvano também pediu às pessoas que sabem de sua condição de alto risco que estejam ainda mais atentas e diminuam seu grau de exposição.
— A gente não consegue por tempo prolongado se isolar, e como já faz um ano, é naturalmente mais difícil para as pessoas. Mas se elas têm informações transparentes, confiáveis, elas sabem que (...) há a necessidade de distanciamento, elas fazem. Tem que conversar, tem que explicar, a gente não pode desistir, tem que continuar falando. Pois ainda não acabou, pelo contrário, estamos no pior período. A gente precisa, além da vacinação, manter essas medidas — disse a médica, num apelo à população.
As máscaras oferecem proteção contra a covid-19, lembrou a médica do Senado “uma das medidas fundamentais para suprimir a transmissão e salvar vidas”, segundo a OMS, que continua recomendando o seu uso para o público em geral.
— Hoje há mais evidências de que a principal forma de transmissão do Sars-Cov-2 é por gotículas, então o uso de máscara é super-recomendado, a melhor máscara possível. Já temos evidências também que existem algumas máscaras que são melhores que outras. Mas o importante é usar uma máscara, qualquer máscara diminui a chance de transmissão. É fundamental o uso de máscara e manter o hábito de estar sempre lavando as mãos com água e sabão ou usar álcool gel — ressaltou Daniele Calvano.
Para serem efetivas, as máscaras precisam estar ajustadas, vedando o nariz e a boca, evitando a passagem do ar pela bochecha e filtrando as micropartículas contaminadas com o vírus que ficam suspensas pelo ar, em forma de aerossóis. O ideal é que as máscaras sejam feitas com três camadas, com um tecido de algodão, um sintético e um impermeável. Mesmo de máscara, as pessoas devem manter uma distância de pelo menos um metro e meio umas das outras. Seu uso é fundamental a todos. Mais ainda aos que prestam atendimento ao público como garçons, no transporte ou no supermercado.
A OMS recomenda que as máscaras cirúrgicas sejam usadas por profissionais de saúde, pessoas contaminadas pela covid-19 (para diminuir a transmissão) e por pessoas que estão cuidando de doentes ou com suspeita de contaminação. Em ambientes onde o vírus está disseminado, a OMS também recomenda o uso das máscaras cirúrgicas.
As máscaras do tipo N95 ou PFF (peça facial filtrante), segundo a OMS, foram desenhadas para proteger profissionais de saúde que estejam lidando com pacientes ou estejam em ambientes contaminados. A recomendação de uso pela população em geral, no entanto, varia de acordo com o país. A União Europeia estimula o uso desse tipo de máscara por todos seus cidadãos.
Para todos os tipos de máscara, é recomendado evitar tocá-la na parte externa e lavar as mãos antes e depois de colocar ou retirar a peça.
Para as crianças, a OMS orienta o uso para as consideradas capazes de usá-las com o mínimo de assistência possível.
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