Jaime Wright terá nome inscrito no 'Livro de Heróis e Heroínas da Pátria'
O Plenário aprovou nesta quinta-feira (13) o projeto de lei (PL 405/2019) que inscreve no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria o nome de Jaime Nel...
13/04/2023 às 14h30
Por: RedaçãoFonte: Agência Senado
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O Plenário aprovou nesta quinta-feira (13) o projeto de lei (PL 405/2019) que inscreve no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria o nome de Jaime Nelson Wright (1927-1999), pastor presbiteriano que se destacou como defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar. O projeto segue para sanção presidencial. A proposta teve relatoria do senador Flávio Arns (PSB-PR) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) e foi apresentada pelo ex-deputado Fábio Sousa (PSDB-GO). "Não há dúvida que a homenagem é justa e meritória. Inscrever o nome do pastor Jaime Nelson Wright no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um ato nobre de reconhecimento desse corajoso líder religioso que sofreu na própria pele os tormentos da ditadura no Brasil", ressalta Arns. "Brasil Nunca Mais" No parecer, Arns lembra que Jaime Nelson Wright nasceu em Curitiba, em 1927, e era pastor presbiteriano e ativista de direitos humanos. Filho de norte-americanos, graduou-se pela Universidade de Arkansas e pós-graduou-se em estudos religiosos na Pensilvânia, ambas nos Estados Unidos. No final da década de 1960 e início da década de 1970, o reverendo Jaime Wright exercia seu ministério no interior da Bahia e já encabeçava movimentos contra a tortura. Em 1973, seu irmão Paulo Stuart Wright, que anos antes tivera o mandato de deputado estadual por Santa Catarina cassado pelo AI-5, foi morto nas dependências dos órgãos de repressão do regime. "A busca pessoal do reverendo Wright pelo irmão fez com que reunisse farta documentação sobre a tortura e os assassinatos praticados pelo Estado brasileiro", sublinhou o relator. "A consulta sigilosa a 707 processos, a listagem de 1.843 casos de tortura e a fixação em 125 do número de desaparecidos no período compreendido entre os anos de 1964 e 1979 – geralmente mortos durante interrogatórios e sepultados com falsa identidade — formaram uma base de dados nunca contestada pelos policiais e militares implicados", observa o senador Flávio Arns em seu relatório. Como resultado do vasto material coletado, o pastor presbiteriano escreveu, em coautoria com o então cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), e com o rabino Henry Sobel (1944-2019), o livro Brasil: Nunca Mais. A obra é considerada o mais completo relato sobre a tortura de prisioneiros políticos durante o regime militar e marco na história dos direitos humanos no país. Publicado em 1985, ficou listado por 91 semanas como livro de não-ficção mais vendido no Brasil. O reverendo Jaime Wright estava aposentado como pastor da Igreja Presbiteriana Unida quando faleceu de infarto em Vitória, no Espírito Santo, em 1999, aos 71 anos de idade, deixando esposa e cinco filhos. Panteão O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. São merecedores da distinção de ter o nome inscrito nele, conforme estabelecido pela Lei 11.597, de 2007, que criou a honraria, "brasileiros e brasileiras, individualmente ou em grupo, que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo, desde que decorridos dez anos de sua morte ou presunção de morte, exceção feita aos brasileiros mortos ou presumidamente mortos em campo de batalha". Joás Benjamin sob supervisão de Sheyla Assunção
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