Em pronunciamento nesta terça-feira (13), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) pediu que a sociedade se mobilize pelas redes sociais para exigir que o Senado paute a votação do projeto que penaliza com mais rigor quem for responsabilizado criminalmente pela prática de desvio de dinheiro público durante a pandemia.
Já aprovado na Câmara dos Deputados, o PL 1.485/2020, da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), chegou ao Senado em setembro de 2020. Mas até agora o texto não foi votado, o que representa, segundo Girão, a impunidade de pessoas que se aproveitaram da pandemia para desviar "centenas de bilhões de reais" destinados ao combate à crise sanitária e à minimização de seus impactos econômicos, lamentou o senador.
— Você imagina quantos bilhões de reais teriam sido economizados. Nós tivemos aí mais de 60 operações. Não sei se você viu, nas redes sociais, o mapa da vergonha, em vários estados, com operações da Polícia Federal, Polícia Civil, com a questão de superfaturamento, desvios, irregularidades e que a gente gostaria de ver, como se diz no Nordeste, além da queda, o coice. A gente gostaria de ver punido, porque é algo surreal o que está acontecendo — afirmou.
Girão explicou que um projeto dele, o PL 1.797/2020, deve ser analisado juntamente com o de Adriana, por serem semelhantes. Ele também a votação do PL 1.871/2020, que torna hediondos os crimes de corrupção.
Na opinião do senador, a aprovação dessas propostas pode minimizar os prejuízos causados pela corrupção e mostra para a sociedade que o Congresso Nacional fez a sua parte.
Girão ainda criticou alguns governadores que, mesmo cientes da iminência de uma segunda onda da pandemia, decidiram fechar os hospitais de campanha montados para atender os pacientes. Ele lembrou que 15 gestores públicos foram questionados pela Procuradoria-Geral da República sobre essa "decisão equivocada", mas apenas 2 se manifestaram.
O senador defendeu ainda que uma eventual CPI para apurar irregularidades durante a pandemia deve investigar não apenas os atos praticados por gestores federais, mas também os estaduais e municipais.
— Aí, sim, é independente. O resto é palanque político.
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