O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse nesta terça-feira (4), durante reunião da CPI da Pandemia, que o Estado tem a obrigação de garantir à população o direito de lutar pela vida durante o surto de coronavírus. Ele defendeu que a União ofereça a estados e municípios respiradores e leitos de UTI suficientes para o atendimento de pacientes com covid-19.
— Viver ou morrer é desígnio de Deus. Mas dar a chance de a pessoa lutar pela vida é dever do Estado. Passamos a primeira onda dando essa oportunidade às pessoas. Compramos 15 mil respiradores a um custo unitário de R$ 13 mil. Arbitramos, fizemos a encomenda e conseguimos garantir o abastecimento de toda a rede nacional — afirmou.
Em resposta ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que participou da reunião por meio de videoconferência, Luiz Henrique Mandetta defendeu a compra de vacinas e fez uma crítica direta ao presidente da República, Jair Bolsonaro. O ex-ministro questionou “teorias” que pretendem assegurar a proteção dos brasileiros por meio da chamada “imunidade de rebanho”.
— A impressão que tenho é de que havia algumas teorias mais simpáticas. “O brasileiro vai se contaminar, mora em aglomerados, mora sem esgoto. Vai atingir o coeficiente de proteção de rebanho”. Essa foi uma das teorias que pode ter servido de inspiração dessas pessoas para levar até o presidente. Basicamente, existia uma outra versão — afirmou.
Parlamentares governistas criticaram a atuação de Mandetta no Ministério da Saúde. Os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) questionaram o fato de o ex-ministro ser contra o uso de medicamentos como cloroquina ou ivermectina.
— O senhor não considera que errou ao ser um opositor do tratamento precoce, proporcionando a população pelo menos o direito a esse tipo de tratamento seguro? O senhor vai ter algum remorso de no futuro se confirmar — questionou Girão.
Luiz Henrique Mandetta reagiu. Para ele, o uso das duas drogas contra a covid-19 não é indicado na bula dos fabricantes porque a eficácia dos medicamentos não é cientificamente comprovada.
— Quem está preso à verdade científica tem que demonstrar. Os países do mundo inteiro estão procurando: China, Alemanha, Estados Unidos... Todo mundo procura. Tem que restar comprovado, tem que estar dentro da bula. Tenho a bula da cloroquina e da ivermectina. Recomendo que leiam pelo menos para ter ideia dos efeitos colaterais — disse o ex-ministro.
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