A cúpula e o Anexo 1 do Senado serão iluminados de vermelho, deste sábado (8) a quinta-feira (13), em alusão ao Dia Nacional da Talassemia, tipo de anemia incomum que reduz a produção de hemoglobina. O pedido, aprovado pela Primeira-Secretaria do Senado, é do Ministério da Saúde e visa tornar mais conhecida a doença pelos profissionais de saúde e conscientizar a população para o tratamento precoce.
A talassemia é um tipo de anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos do sangue) transmitida de pais para filhos. Inicialmente identificada nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo (daí o nome, que vem de thalassa, "mar", em grego) e chegou ao Brasil trazida por habitantes desses países (portugueses, espanhóis, italianos, gregos, egípcios, libaneses). Por isso também é chamada de "anemia do Mediterrâneo".
De acordo com o Ministério da Saúde, as talassemias são um grupo de doenças genéticas e hereditárias que se caracterizam pela redução ou ausência de hemoglobina — substância dos glóbulos vermelhos do sangue responsável pelo transporte de oxigênio para todo o corpo. Os sintomas mais comuns são anemia persistente, aparência pálida, aumento do baço, distúrbios cardíacos e endócrinos, atraso no crescimento e na maturação sexual e infecções recorrentes. Quem tem a condição clínica mais grave da doença pode precisar de transfusões de sangue a cada duas ou quatro semanas, desde os primeiros dias de vida.
Existem dois tipos de talassemia — alfa e beta — que podem manifestar-se nas seguintes formas: menor, intermediária e maior. A forma menor, ou "traço talassêmico", produz um grau de anemia leve, assintomático e que pode passar totalmente despercebido. Na forma intermediária, a deficiência da síntese de hemoglobina é moderada e as consequências menos graves. Já a talassemia maior, ou "anemia de Cooley", é uma forma grave da doença, causada pela transmissão de dois genes defeituosos, um do pai e outro da mãe. Isso provoca anemia profunda e outras alterações orgânicas importantes, como o aumento do baço, atraso no crescimento e problemas nos ossos.
Para estabelecer o diagnóstico, é importante levantar a história clínica e obter informações sobre a origem étnica do paciente. Exames de laboratório, entre eles a eletroforese de hemoglobina quantitativa e qualitativa, são importantes para determinar o tipo da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 60 mil crianças gravemente afetadas pela talassemia nascem a cada ano. No Brasil, conforme dados da Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta), existem 553 pessoas cadastradas com talassemia beta, 310 com talassemia maior e 243 com talassemia intermediária, com destaque para a Região Sudeste, especialmente o estado de São Paulo, que lidera o número de casos. Na Região Nordeste, Pernambuco possui o maior número de pessoas com talassemia intermediária. Estima-se que existam no Brasil cerca de mil pessoas com as formas graves de talassemia.
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