Transmissão dos desfile, tempo de duração, simbolismo da festa, marcas mais lembradas, organização, segurança e limpeza da Avenida Marquês de Sapucaí são algumas questões que os amantes do carnaval podem responder na pesquisa online para contribuir com a criação de uma marca para o carnaval do Rio de Janeiro.
As sugestões e opiniões recebidas estão sendo coletadas pela diretoria de Marketing da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) para alimentar o processo de branding (conjunto de ações alinhadas ao posicionamento, propósito e valores da marca) que está sendo construído. “É uma análise dinâmica”, disse à Agência Brasil o diretor de Marketing da Liesa, Gabriel David.
A pesquisa, que pode ser acessada aqui até o dia 15 de junho, se divide em duas partes. A primeira é voltada para o branding, com perguntas mais emergenciais, enquanto a segunda se destina a ouvir a experiência de consumidores e trabalhadores do carnaval, direcionada, por exemplo, à compra e consumo dentro do Sambódromo e outras questões.
“O objetivo é entender como as pessoas, que de alguma forma já estão engajadas com o carnaval, veem o carnaval. Qual a imagem que o carnaval passa e se mantém na cabeça delas e o que elas entendem que poderia melhorar ali no entorno, enquanto espetáculo, no pós-desfile, para que a gente também possa entender, além das nossas análises e estudos, o que está mais claro a olho nu pelas pessoas que têm carinho e apreço pela festa”, informou o diretor. Aproximar o público jovem e conectá-lo com a história dos festejos de Momo é outra meta da sondagem.
A nova diretoria da Liesa, empossada em março passado, está estudando em que formato o carnaval de 2022 poderá ocorrer em fevereiro. “A gente está super focado e engajado nisso para fazer o carnaval em fevereiro do ano que vem. A gente está conversando com o Poder Público para isso”. David ressaltou, no entanto, que tudo vai depender da contribuição da ciência para o fim da pandemia, mas disse que, para a Liesa, será possível realizar o carnaval no ano que vem.
“A gente tem alguns planos e possibilidades tanto de fazer o carnaval em fevereiro, quanto de não fazer, mas ter que movimentar a economia do carnaval”. O diretor admitiu que está no radar também fazer a festa de formas alternativas, se adaptando a protocolos, a pré-requisitos que possam mudar um pouco o formato do espetáculo. “A gente está, da melhor maneira possível, tendo a maior quantidade de planos e variáveis para poder estar preparado para o cenário que encontrar em fevereiro de 2022”. Gabriel David admitiu também a possibilidade de adiar a festa do carnaval para julho, se o quadro de pandemia ainda persistir.
Sob a Diretoria de Marketing da nova gestão da Liesa estão mudanças que serão implementadas nas áreas de venda de ingressos, patrocínio, relações comerciais e comunicação. Na avaliação de Gabriel David, os trabalhos mais importantes são o branding e a criação de uma marca ou identidade para o carnaval, durante todo o ano. “A gente entende que isso é muito importante e daí surgem todas as reformulações que também estão sendo feitas em paralelo”. Na comunicação, por exemplo, está em análise como propagar o carnaval, como divulgá-lo ao longo do ano, de modo a “manter vivo o carnaval na cabeça das pessoas nas discussões do dia a dia”.
O diretor citou que outra preocupação é como trazer mais parceiros para fomentar melhor a experiência do espetáculo como um todo e como melhorar a experiência para o consumidor final. As vendas se enquadram nesse eixo, abrangendo a experiência de chegar na Sapucaí e acompanhar todo o show ao vivo. Gabriel David estuda como manter contato com os frequentadores dos desfiles durante o ano. “Essas são as nossas preocupações, os nossos desafios aí [na diretoria]”.
Em relação às vendas, ele adiantou que serão feitas algumas mudanças ainda pequenas no primeiro ano da nova gestão da Liesa, “porque a receita de vendas é sólida e constante para o carnaval e a gente não pode correr risco, ainda mais vindo de um ano de tantas incertezas”. Nos próximos dias, a liga vai assinar contrato com a prefeitura do Rio de Janeiro, o que permitirá que as vendas para o carnaval de 2022 sejam abertas entre o final de junho e o início de julho deste ano.
Em termos de patrocínio, o diretor disse que a Liesa está conversando com alguns potenciais parceiros para realmente poder ir para o mercado “de forma grandiosa” e mostrar toda mudança proposta para o próximo carnaval e as novas possibilidades para essas empresas.
Entre os potenciais patrocinadores, estão empresas multinacionais que atuam no Brasil. Para isso, afirmou ser necessário acabar o processo de branding, cuja concepção deverá ser concluída nos próximos dois meses e meio. “Uma vez ele concluído, a gente consegue realmente ir para mercado e começar a vender para esses patrocinadores. Porque são muitas mudanças do ponto de vista de entrega que a Liga pode fazer para os novos e potenciais patrocinadores daqui para a frente”.
Gabriel David reforçou que a conclusão do processo de branding dará ao carnaval mais valor agregado para ser vendido e condição de mostrar de forma mais sólida o tamanho e o potencial da festa.
A elaboração da marca do carnaval do Rio está a cargo do publicitário Fred Gelli, que criou a logo das Olimpíadas Rio 2016. “Fred é um amante do carnaval, se mostrou super engajado com a causa e fez um mapeamento do mercado para isso. Entendeu que a marca do carnaval não poderia ser feita única e exclusivamente por uma empresa ou por alguém. Ela tinha que ser feita por um conjunto de pessoas”. Daí surgiu a ideia da pesquisa em curso, para que todos que curtem o carnaval participem da criação dessa marca.
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