Mesmo longe fisicamente, os profissionais de atendimento educacional especializado da rede estadual de ensino estão presentes no dia a dia dos alunos durante o ensino remoto. Por meio de chamadas telefônicas, ligações de vídeo e recados enviados junto com as adaptações dos Planos de Estudos Tutorados (PETs) e das atividades complementares, os educadores dão o suporte necessário para a realização das atividades.
O trabalho dos professores que atuam na Educação Especial consiste em realizar as adaptações curriculares para que o estudante da educação especial pública possa ter acesso aos materiais previstos no currículo. Esse profissional trabalha de forma colaborativa com os professores regentes.
Durante o Regime de Estudo não Presencial, implementado pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG)em decorrência da pandemia de covid-19, este trabalho conjunto se fortaleceu ainda mais, como ressalta a coordenadora de Educação Especial Inclusiva, Suéllen Cristina Ferreira Gomes Fernandes Coelho. “Os professores estão trabalhando de forma colaborativa, no sentido de fazer com que o conteúdo que o professor regente está ensinando chegue ao aluno público da Educação Especial”.
Ainda segundo Suéllen, outra colaboração importante está relacionada com as famílias dos estudantes. “Os professores estão em contato próximo e isso é muito importante. Eles desenvolveram diferentes estratégias, como ligações para as famílias e os recadinhos e orientações”.
Reinvenção
Com a suspensão das aulas presenciais, necessária por causa da pandemia da covid-19, a professora de apoio Gilmara Ferreira de Souza Marques, que atua na Escola Estadual Clóvis Salgado, em São Sebastião do Paraíso, Sul de Minas, reinventou sua prática de trabalho. Para estar perto dos alunos, ela tem apostado em ligações de vídeo, elaboração de material concreto e mantido contato próximo com os familiares dos estudantes.
“Os vídeos são importantes, por que ajudam a deixar o conteúdo mais claro e representa um material mais concreto. Com as ligações, eles sentem a presença do professor. Depois de prontas, os pais me encaminham as fotos das atividades. Essa parceria com as famílias é essencial e resulta em uma troca muito rica”, destaca Gilmara, que também envia jogos para os estudantes.
Uma das alunas atendidas pela professora é Natália Paulino de Souza, que está no 9º ano do ensino fundamental. “Para a Natália, que tem deficiências múltiplas, busco trabalhar temas ligados ao contexto que ela vive e faço as adaptações dentro do que está sendo apresentado pela professora regente. Por exemplo, se a professora faz um poema, eu faço a adaptação usando o nome da Natália”, conta a professora.
Nas ligações, a educadora busca motivar a participação da estudante nas atividades e sempre explicar da melhor forma como devem ser feitas. A explicação é para o pai da Natália, que a auxilia na realização, e para a estudante, que executa o que é pedido.
Para o pai da Natália, José Paulino de Souza Neto, o apoio da professora é fundamental. “A Gilmara me ajuda muito e sabe das dificuldades que encontramos aqui na roça. Ficar longe da escola está sendo difícil para a minha filha, mas a Gilmara manda as atividades, entra em contato, explica como eu posso ajudar e conversa com ela. Só tenho a agradecer”, afirma.
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