O presidente da Associação de Moradores do Complexo da Mangueira, Edivaldo Vicente Gomes Júnior, ou simplesmente Júnior Mangueira, como é mais conhecido, disse hoje (16) que está sendo procurado por muitas pessoas de comunidades vizinhas interessadas em participar do Projeto Olhares Cariocas, que vai promover a formação audiovisual gratuita de 100 jovens do morro da Mangueira, no Rio de Janeiro.
“Mas eu não estou deixando [participar], por enquanto. Mas, se eu abrir, vão as 100 vagas rapidinho”, disse Júnior, referindo-se aos pedidos de inscrição para jovens de outras comunidades. Até o momento, 80 moradores da Mangueira se inscreveram para participar do programa.
“Eu acho bacana porque hoje tudo é tecnologia. E esses jovens são bem mais inteirados no smartphone do que a gente. O mundo já é girado por isso aí e vai ser mais ainda. Só tende a aumentar a tecnologia. Acho que o momento é esse”, afirmou à Agência Brasil.
Ele destacou que a participação no projeto é positiva também para que os jovens possam, “amanhã ou depois, criar uma renda para eles”. Afirmou que “para mim também é importante, porque eu consigo distanciá-los da criminalidade”. Júnior é presidente também das associações de moradores das comunidades do Metrô, do Casarão, da Vila da Paz e da Sinimbu, além de atuar como gestor de negócios da Fazendinha e do Morro do Engenho. “A gente vai espalhando um pouquinho para cada um. Mas, graças a Deus, tem caminhado para um lado bom, positivo”.
O projeto Olhares Cariocas, da Produtora Cultural Aloha, foi selecionado pelo Metrô Rio e Instituto Invepar para formar gratuitamente 100 jovens, moradores da Mangueira, ensinando-os a produzir vídeos por meio de smartphones e, com isso, prepará-los para o mercado de trabalho.
A diretora da Aloha, Ana Brites, informou que o programa está começando pela Mangueira e pretende se expandir por outras comunidades, levando oficinas de audiovisual para a juventude, se houver apoio de outras empresas.
“Vamos expandir para ampliar o olhar e a cultura, porque cultura nunca é demais. E dar essa oportunidade porque, como é através do smartphone, a gente democratiza o acesso. Hoje em dia, todo mundo tem celular e os jovens já estão acostumados a fazer o manuseio diferenciado só para falar no telefone. Fica mais fácil para eles aprender um ofício, se preparar para o mercado de audiovisual e de mídias sociais e, até, participar de festivais de cinema nacionais e internacionais a partir de smartphones”, afirmou.
Ana não tem dúvida de que o projeto terá impacto social na comunidade da Mangueira. “E como é online, democratiza mais o acesso”, reiterou.
As inscrições se encerram no próximo dia 24 e podem ser feitas pelo e-mail. O curso é destinado a pessoas com idades entre 12 e 25 anos. Serão 20 horas de aulas, em quatro sábados (26 de junho, 3, 10 e 17 de julho), sempre das 9h às 13h. Para os inscritos que tiverem dificuldades de acesso à internet será disponibilizado um espaço na comunidade da Mangueira. Mais informações pelo telefone (21) 4042-1903.
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