A cantora Áurea Martins é a nova entrevistada da série Depoimentos Cariocas, criada pelo Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, órgão da Secretaria de Governo e Integridade da prefeitura carioca, para registrar memórias e vivências de personalidades que nasceram ou moram na capital. Neste mês de novembro, a série chega à sua sétima edição, depois de ter sido inaugurada, em maio deste ano, com o depoimento do escritor e jornalista Zuenir Ventura. Em junho, foi a vez do antropólogo Roberto DaMatta, seguido do escritor e compositor Nei Lopes, em julho, do ex-prefeito do Rio Saturnino Braga (agosto), da educadora Terezinha Saraiva (setembro) e do escritor e jornalista Ruy Castro (outubro).
A entrevista de Áurea Martins pode ser conferida a partir do próximo dia 16, às 17h, no YouTube do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Com 81 anos de idade, a cantora fala de seus mais de 60 anos de carreira ao coordenador de Promoção Cultural do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Malta, com participação da presidente da instituição, a historiadora Rosa Maria Araujo. O depoimento contou com convidados como a cantora e compositora Zélia Duncan, o poeta e produtor Hermínio Bello de Carvalho e o pianista Zé Maria Rocha.
A cantora, começou a cantar aos 19 anos no bairro de Campo Grande, zona oeste da capital fluminense. Áurea relembrou casas noturnas onde marcou presença com sua voz de crooner de orquestra, como Antonino e o Teclado, depois Mistura Fina, ambas situadas no bairro da Lagoa; Drink, em Copacabana; 706, no Leblon; e Number One, em Ipanema, onde dividia o microfone com o então iniciante Djavan, recém chegado de Maceió, na década de 1970. Em 1969, o programa A Grande Chance, comandado por Flávio Cavalcanti na TV Tupi, projetou Áurea Martins como uma das revelações daquele ano.
A vitória garantiu à Áurea um contrato na gravadora RCA Victor, onde estreou em disco com um compacto, no próprio ano de 1969, e o LP O amor em paz (1972), gravado com arranjos de Luiz Eça. Ela só retomaria a carreira fonográfica no século 21, com discos festejados como Iluminante, Depontacabeça e Até sangrar, todos lançados pela Biscoito Fino. Este último CD valeu a ela o Prêmio da Música Brasileira de 2009, vencendo Marisa Monte e Rosa Passos na categoria Melhor Cantora.
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