A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal do Brasil (RFB) e em colaboração com a Europol, deflagrou na manhã desta quinta-feira (18) a Operação Calvary, com o objetivo de desarticular organização criminosa de tráfico internacional de cocaína, com atuação em diversos atos de lavagem de dinheiro.
Cerca de 150 policiais federais e oito servidores da Receita Federal participam da ação. Ao todo, estão sendo cumpridos 36 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária e sete mandados de interdição de atividade econômica nos estados de São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Federal de São Paulo e englobam ainda o sequestro de 28 bens imóveis (localizados em quatro estados), diversos veículos (incluindo carros avaliados em mais de R$ 600 mil), e valores custodiados em contas bancárias de 53 pessoas físicas e jurídicas (incluindo contas abertas em Portugal e na Bélgica).
Também foi determinado o sequestro de um navio que pertence ao grupo criminoso investigado e que seria utilizado no transporte transoceânico de cocaína. Uma rede de postos de combustível da Bahia teve a atividade suspensa. Ao todo, estima-se que os bens apreendidos e sequestrados durante a operação superam R$ 50 milhões.
As investigações, que tiveram início em janeiro de 2021, revelaram a existência de organização criminosa com atuação em remessas de cocaína para Europa, por meio, principalmente, de navios.
Ficou comprovado que o grupo articulou a exportação de 2,7 mil quilos (kg) de cocaína em outubro de 2020, a partir do Porto de São Sebastião (SP), utilizando o navio Unispirit, que tinha como destino final a cidade de Cadiz, na Espanha. No entanto, parte da droga acabou apreendida no Brasil (1,5 mil kg), durante fiscalização conjunta da PF e da Receita. Outra parte (1,2 mil kg) foi apreendida na Espanha, após comunicação da PF às autoridades policiais espanholas.
As autoridades também determinaram a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 66 pessoas, incluindo 39 pessoas jurídicas suspeitas de serem utilizadas pelos investigados para prática de lavagem de dinheiro.
A operação foi batizada de Calvary em alusão ao cemitério no qual Don Corleone, do filme O Poderoso Chefão I, foi sepultado, já que o líder da organização criminosa é chamado pelos demais integrantes do grupo de Don, em referência ao personagem.
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