Senadores criticaram nesta terça-feira (1º) o presidente Jair Bolsonaro pelo pronunciamento curto sobre o resultado das eleições presidenciais. Derrotado no segundo turno pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro fez sua primeira manifestação desde o resultado das urnas dois dias depois da eleição.
Em comentários nas redes sociais, parlamentares apontaram que Bolsonaro não reconheceu formalmente o resultado das eleições. Também criticaram a postura do presidente sobre as manifestações de caminhoneiros que fecham estradas em todo o país em protesto contra o resultado do pleito.
Para Renan Calheiros (MDB-AL), os protestos são “choro de perdedor” e prejudicam a economia do país. Ele entende que Bolsonaro deu seu aval à mobilização.
“O derrotado estimulou a arruaça com seu silêncio golpista. Vai pagar por isso também, apesar da fala cínica”, escreveu.
Paulo Rocha (PT-PA) criticou o presidente por não reconhecer a derrota e afirmou que haverá reação a qualquer tentativa de “golpe” em razão do resultado.
“Jair Bolsonaro reforçou hoje a total incapacidade de viver em um ambiente democrático. Que isso não seja um sinal de que tentará qualquer tipo de golpe. Não só não aceitaremos, como cobraremos medidas policiais imediatas”.
Soraya Thronicke (União-MS) destacou “contradição e ambiguidade” na fala de Bolsonaro, quando o presidente disse que os protestos de caminhoneiros são fruto de “indignação” com o processo eleitoral. Para ela, o tom do presidente é proposital.
“O método de causar confusão funcionou bem para ele até agora”, afirmou.
Leila Barros (PDT-DF) classificou o presidente como “mau perdedor” e também observou que ele não fez menção direta à derrota nas urnas.
“O pronunciamento relâmpago e tardio do presidente Bolsonaro dá sequência a um plano de alimentar o ódio entre a direita e a esquerda”, alertou.
Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que Bolsonaro “pertence ao passado” e disse esperar que a transição de governo seja “digna”. O senador também avaliou que o presidente “passou longe” do papel que deveria cumprir como mandatário.
“É vergonhoso que o atual inquilino do Planalto haja como um tiranete mimado diante da derrota democrática nas urnas. Ele sabe que será obrigado a cumprir a Constituição, sob pena de ser responsabilizado pelos atos que praticou e que venha a praticar”.
O líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), alertou que “ao derrotado não cabe o ódio”. Humberto Costa (PT-PE) salientou a brevidade do pronunciamento do presidente, após dois dias de silêncio, comentando que “de onde menos se espera é que não sai nada”. Para Maria do Carmo Alves (PP-SE), o pronunciamento foi “nada com nada”.
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