O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira (24) que o Congresso Nacional não vai tolerar mais erros na condução do combate à pandemia de covid-19. O parlamentar argumentou que é necessário um “freio de arrumação” até que medidas necessárias e “posturas inadiáveis” sejam adotadas.
“Os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos. Alguns, fatais. Muitas vezes são aplicados quando a espiral de erros de avaliação se torna uma escala geométrica incontrolável”, disse, durante sessão do plenário. “Vivemos nestes dias o pior do pior, as horas mais dolorosas da maior desgraça humanitária que se abateu sobre nosso povo”, acrescentou.
Sem direcionar a crítica, Lira afirmou que está “apertando um sinal amarelo” e que a responsabilização do sistema de saúde no país é tripartite, envolvendo o Executivo federal, estados e municípios.
“Como presidente da Câmara dos Deputados, quero deixar claro que não ficaremos alienados aqui, votando matérias teóricas como se o mundo real fosse apenas algo que existisse no noticiário. Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a ser praticados”, afirmou o deputado.
Segundo Lira, o foco da pauta de votações da Câmara será concentrado em ações de combate aos efeitos da Covid-19 no país. “Falo de adotarmos uma espécie de “Esforço Concentrado para a Pandemia” durante duas semanas em que os demais temas da pauta legislativa sofreriam uma pausa para dar lugar ao único que importa: como salvar vidas, como obter vacinas, quais os obstáculos políticos, legais e regulatórios precisam ser retirados para que nosso povo possa obter a maior quantidade de vacinas, no menor prazo de tempo possível", destacou.
Arthur Lira também defendeu a vacinação contra covid-19 e ressaltou que, para que a imunização chegue a mais brasileiros, é preciso ter boas relações com a China.
"Para vacinar, temos de ter boas relações diplomáticas, sobretudo com a China, nosso maior parceiro comercial e um dos maiores fabricantes de insumos e imunizantes do planeta. Para vacinar, temos de ter uma percepção correta de nossos parceiros americanos e nossos esforços na área do meio ambiente precisam ser reconhecidos, assim como nossa interlocução", disse.
Na manhã desta quarta, Lira participou de reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião foi anunciada a criação de um comitê de coordenação nacional para o combate à pandemia. O grupo terá reuniões semanais e será formado pelo chefe do Executivo e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara e outros membros.
A medida foi decidida em reunião na manhã desta quarta-feira, no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro recebeu, além dos presidentes do Parlamento, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o procurador-geral da República, Augusto Aras, governadores, ministros de Estado e representantes de instituições independentes.
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